Pesquisa questiona ocupações do MST

Uma pesquisa divulgada ontem e encomendada pela Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) questiona as ocupações realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). De acordo com o estudo, as ocupações do MST não são pacíficas.

Pelos dados levantados, a Faep afirma que elas são realizadas à noite ou de madrugada, geralmente com pessoas armadas. A instituição alega também que os participantes costumam destruir os bens das propriedades e pôr em cárcere privado empregados e familiares de proprietários.

A pesquisa, realizada no primeiro semestre de 2007, informa ainda que 27% das ocupações acontecem em pequenas e médias propriedades rurais, que, com algumas exceções, não são passíveis de desapropriação. Outra informação apontada é a de que os prejuízos médios causados em cada ocupação são de R$ 134 mil. ?Realizamos essa pesquisa para confrontar o que o MST prega. Essas invasões são violentas e muitas vezes eles invadem terras produtivas?, diz o consultor para assuntos fundiários da Faep, José Guilherme Cavagnari.

O estudo compreende os períodos entre 2000 e 2006. Contudo, o consultor acredita que as projeções podem traçar um panorama do que vem ocorrendo há 20 anos. Ao longo desse período, o Paraná já registrou 840 ocupações.

O MST, por meio de sua assessoria de imprensa, avisou que os dirigentes do grupo não costumam comentar esses dados. Porém, para eles, o fato de o movimento ser o oposto da federação faz com que haja ?luta de classes?. Eles dizem ainda que são os grandes latifundiários que causam a luta, e não eles.

A pesquisa foi realizada com 99 produtores rurais. A organização dos questionários, o tamanho da amostra, a tabulação e a organização dos dados foram feitos pela economista Viviam Ester de Souza Nascimento, da Universidade de São Paulo (USP).

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