Pequeno Príncipe ganha Prêmio Criança 2002

O Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, recebeu anteontem à noite, em São Paulo, o Prêmio Criança 2002 da Fundação Abrinq. Foram 290 inscritos em todo o Brasil em quatro categorias: violência doméstica, educação infantil, convivência familiar e comunitária e saúde do bebê e da gestante.

Nesta última, o hospital concorreu com a Associação Via Láctea de Cuiabá, Hospital Sofia Feldman de Belo Horizonte, Fundação Francisca Franco de São Paulo e Projeto Criança Vida de Belém e venceu com o Programa Família Participante.

Contribuição

Com o prêmio, o Pequeno Príncipe reafirma o compromisso com a replicabilidade da iniciativa – podendo ser implantado em grande parte dos hospitais, inclusive nos de grande porte. “Esse prêmio reitera o compromisso com a comunidade e pode estimular instituições que ainda não cumprem a lei que assegura às crianças o direito de estarem acompanhadas nos hospitais”, afirmou Tatiana Forte, fundadora do projeto Família Participante e psicóloga do Hospital Pequeno Príncipe.

Atendendo a todos os critérios de avaliação do Prêmio Criança, que este ano, avaliou as iniciativas segundo sua capacidade de replicabilidade – para que possam ser sistematizadas e multiplicadas em todo país por outras organizações – a experiência do Pequeno Príncipe, implementada há onze anos, opera de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que prevê, entre outros quesitos, a capacitação das equipes envolvidas, a mobilização da família e da comunidade, a articulação em rede, integração com outras entidades e órgãos locais, o respeito ao aspecto psíquico, a assistência pré e pós-instalação dos programas, e o estímulo ao vínculo com a amamentação.

O Programa Família Participante superou as expectativas dos avaliadores da Fundação Abrinq e a partir de agora contará com o compromisso da Abrinq de replicá-lo em pelo menos mais um hospital brasileiro.

Com o objetivo de recuperar mais rapidamente a criança, buscando maior qualidade ao seu processo de recuperação, o projeto realiza o treinamento e aculturação de toda a equipe interna do hospital, a preparação de acomodações para as famílias e todo o acompanhamento necessário – com ênfase no apoio familiar no período de internação, a atuação direta do corpo clínico com o paciente e acompanhantes para análise e promoção do estado clínico, além de intervenções via voluntariado que oferecem atividades lúdicas e de recreação e estimulação física-mental das crianças.

Abrangendo toda a população infantil internada pela categoria SUS, o Hospital prevê atender 4.150 crianças de 0 a 1 ano – sendo 75% através do SUS – cuja população é a mais necessitada de envolvimento neste programa. A média de participação das famílias no projeto é de 95% e este ano a meta é envolver 100% das famílias dos pequenos pacientes internados.

A experiência tem revelado resultados positivos – “a permanência das crianças internadas quando acompanhadas de seus familiares é, em média, de oito dias, contra dezessete dias sem esse acompanhamento”, revela Ety Forte Carneiro, coordenadora de Relações Institucionais do Hospital, para quem o resultado é motivador, já que, nos últimos dez anos, o número do atendimento quase dobrou e aumentou o grau de complexidade dos procedimentos.

Debate

O dia da Premiação iniciou com um seminário onde os dezesseis finalistas expuseram e discutiram com especialistas os principais desafios que enfrentaram e como os superaram. A psicóloga Tatiana Forte fez uma completa exposição sobre como o Hospital Pequeno Príncipe foi transformado para receber as famílias das crianças em tratamento.

A metodologia do Família Participante tem sido apresentada pelo Estado como referência no treinamento e capacitação de outros hospitais dentro do Programa de Humanização do Atendimento Hospitalar do Ministério da Saúde.

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