Pastoral: a palavra de Deus vai até de caminhão

As dificuldades de uma vida sofrida na estrada podem ser superadas com muita fé e com a amizade entre motoristas e aqueles que vivem ou trabalham nas rodovias. Mas, em virtude da correria do trabalho, muitos caminhoneiros esquecem disso. Essa lacuna é preenchida pelos padres da Pastoral Rodoviária, que percorrem todo o Brasil a fim de construir um ambiente de amizade entre as pessoas que dependem da estrada.

O padre Marian Litewka, um dos três padres integrantes da pastoral, conta que os trabalhos começaram em 1976 no Paraná e se espalharam pela maioria dos estados brasileiros. Durante o deslocamento nas rodovias, eles visitam postos de combustíveis e das polícias rodoviárias Federal e Estadual. ?O objetivo é criar um ambiente de amizade entre o caminhoneiro, o borracheiro, o garçom do restaurante, o frentista. Isso valoriza as pessoas. Na maioria das vezes, jogamos conversa fiada e trocamos informações sobre a estrada. Depois de criarem vínculos, algumas pessoas conversam sobre seus problemas e angústias, trazendo um alívio. Aquele que dizia ter pressa fica mais de uma hora conversando com o padre?, explica. Como encerramento das visitas, os missionários rezam uma missa em um posto de combustível onde os caminhoneiros se encontram à noite.

Cada padre possui um caminhão-capela, que leva toda a estrutura para a celebração de uma missa. ?Já tem o altar e os equipamentos de som prontos para funcionar. Abro as portas de trás do caminhão e começo. A missa atrai muita gente, pois os próprios caminhoneiros e os trabalhadores dos postos divulgam que haverá missa?, destaca Litewka.

Cada padre trabalha 210 dias por ano, visitando sete mil postos nesse período. No auge das atividades da pastoral, quando houve uma propagação intensa pelo Brasil, eram celebradas 400 missas em 300 dias. ?Estamos tendo uma resposta boa. Muitos caminhoneiros já reconhecem nosso caminhão-capela e nos cumprimentam na estrada. Como muita gente sai e entra constantemente nesta atividade, nosso trabalho é contínuo, sem fim. Temos que continuar plantando para colher ainda mais?, opina Litewka.

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