Passeata “pede” por doação de medula óssea

Atualmente, no Brasil, estão cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) cerca de 760 mil doadores voluntários. Entretanto, a quantidade ainda é pequena diante do número de pessoas que necessitam de um transplante de medula no País (cerca de 1,5 mil). Para elas, a chance média de encontrar um doador não aparentado é de uma em cem mil, podendo chegar a ser de uma em um milhão dependendo das características genéticas.

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de ser doador, um grupo de pessoas realizou uma passeata, ontem de manhã, da Praça Santos Andrade à Boca Maldita, onde foi realizado cadastramento de novos doadores. Esse foi feito através da coleta de amostras de sangue, que posteriormente foram enviadas para exame de identificação de tipagem genética.

“Só quem sente na pele o drama de uma pessoa que necessita de um transplante de medula para continuar a viver sabe da importância da doação. Quando uma pessoa se propõe a ser doadora voluntária, ela se propõe a salvar vidas. A doação é um procedimento bastante simples e que não gera prejuízo algum ao doador”, comentou um dos organizadores da passeata, Ednilson Ferreira da Silva, que é pai de uma menina de 14 anos de idade que necessita de um transplante.

A filha de Ednilson tem leucemia. Os sintomas da doença começaram a aparecer no último mês de novembro. Porém, o problema foi identificado em janeiro. Não foi encontrado nenhum doador compatível entre os irmãos, primos e demais familiares da menina. Agora, sua única esperança é a solidariedade de pessoas estranhas. “Já estão sendo realizadas buscas de pessoas compatíveis no Brasil e nos Estados Unidos. Porém, as chances podem aumentar se mais pessoas se cadastrarem como doadoras voluntárias.”

Qualquer pessoa com idade entre 18 e 55 anos e boa saúde pode se tornar doadora. No momento da doação, a medula é retirada do interior dos ossos da bacia através de punções, se recompondo em quinze dias. Em Curitiba, quem quiser se cadastrar como voluntário deve procurar o Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná), que fica na Travessa João Prosdócimo, 145. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h.