Paranaguá atenderá transtorno mental

Paranaguá não tem um hospital psiquiátrico. Hoje, o município atende a demanda como pode. Há seis meses, o Centro de Atenção Psicossocial (CAP) foi inaugurado. Mas o atendimento multidisciplinar é prestado apenas a pacientes estabilizados. Casos em que o internamento ainda é necessário são encaminhados para Curitiba. O atendimento de urgência, ambulatorial, também não é oferecido na cidade. No entanto, isso está próximo de ser mudado. Daqui duas semanas, o Ambulatório de Saúde Mental deve começar a funcionar.

Antes da criação do CAP, os atendimentos em psiquiatria eram feitos no Centro Municipal de Especialidades, por apenas um neurologista. Em agosto de 2007, o Centro de Atenção Psicossocial foi criado. ?O objetivo principal é reinserir o paciente com transtorno mental ou dependente químico na sociedade para que este consiga retomar o cotidiano. No CAP, eu não tenho como atender pacientes no auge da crise?, afirma a psicóloga e coordenadora do CAP, Cláudia Wildner.

Em seis meses, já passaram pelo centro quase mil pacientes. De uma vez só, até a conclusão do programa, podem receber tratamento 165 pacientes. Segundo Claúdia, hoje a fila de espera por esse atendimento é de perto de 400 pacientes. ?Por isso é necessário esse ambulatório. Vai amenizar bastante a demanda que hoje é grande?, comenta.

Ainda de acordo com a psicóloga, o Ambulatório de Saúde Mental de Paranaguá está em fase de implantação e deve sair até o próximo mês. Esse vai funcionar no Centro Municipal de Diagnóstico e vai atender somente pacientes de Paranaguá e ilhas. ?Serão feitos atendimentos ambulatoriais, de urgência e emergência. Seria ótimo se tivéssemos um hospital, mas acredito que o ambulatório é um primeiro e importante passo?, comenta.

Como ainda explica a psicóloga, existem pacientes de psiquiatria cujo caso são de internamento. ?O que podemos fazer aqui a gente faz, mas casos mais graves temos que encaminhar para Curitiba, ao Centro Psiquiátrico Metropolitano (CPM)?, diz Cláudia.

Demanda

O CPM é de responsabilidade do Estado. Além de receber a demanda do litoral (1.ª Regional), atende também pacientes dos 29 municípios da 2.ª Regional de Saúde, da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e alguns pacientes do interior do Estado. De acordo com o diretor-geral do centro, Olavo Gasparin, o CPM oferece, entre outros, atendimento ambulatorial, CAP nível 2. Em janeiro, foram 9,6 mil atendimento. Somente no pronto atendimento foram mais de 1,3 mil. No mês, foram atendidos 18 pacientes de Paranaguá. ?A estrutura nunca é suficiente, pois a região que a gente atende é grande. Sempre tem lista de espera, de 2 a 3 meses?, afirma.

Ainda segundo ele, todo atendimento extra que os municípios disponibilizam reflete nos atendimentos do CPM. ?Alivia?, completa. 

Voltar ao topo