Mais agilidade

Paraná se prepara para processar 5 mil testes de covid-19 por dia

Foto: Pixabay.

Nas próximas semanas, o Paraná poderá processar cerca de 5 mil testes de covid-19 por dia. O possível aumento, já que atualmente o estado processa no máximo 600 testes, virá de uma parceria firmada entre o Laboratório Central do Estado (Lacen) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).

Por conta do limite do Lacen, atualmente a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) indica que a coleta para o exame seja feita apenas em pacientes específicos, como os que apresentem sintomas graves, ou em pessoas que tiveram contato com casos confirmados, além de profissionais da saúde e segurança pública. Com essa medida, grande parte dos casos leves da doença ficam de fora da estatística oficial. Estimativas da própria secretaria de saúde apontam que 80% dos casos da doença são leves, ou seja, o que se vê nos boletins é apenas a “ponta do iceberg”.

LEIA TAMBÉM UFPR e UTFPR desenvolvem equipamento de desinfecção de máscaras N95

Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr, a ideia é passar a testar mais alguns grupos de risco. “Hoje temos uma amostra muito selecionada. Nossa intenção agora é ampliar a testagem da população para incluir maiores de 65 anos, idosos que moram em instituições de acolhimento e pessoas que apresentem alguma vulnerabilidade, além dos trabalhadores de serviços essenciais”, afirma. A coordenadora não dá um prazo para que os novos grupos comecem a ser testados, mas afirma que os trabalhos estão “adiantados”.

A coordenadora da Unidade de Apoio para o Diagnóstico da Covid-19 do IBMP, Cristina Reinert, afirma que há quase duas semanas a Sesa já envia cerca de 300 amostras para serem testadas por dia no local, que tem capacidade para testar até 1.000 por dia. Além disso, até a terceira semana de maio, a expectativa é de que essa capacidade passe para 5.000 exames por dia.

Padrão ouro

Os testes realizados são os chamados “moleculares”, ou RT-PCR, considerados padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde, e é o próprio IBMP que produz os kits, em parceria com a Fiocruz. “Até então éramos desenvolvedores dos testes distribuídos no Brasil. Como já temos a expertise e a estrutura, nos tornamos também um laboratório para a testagem específica de casos da Covid-19, para ajudar a desafogar os laboratórios públicos como o Lacen”, afirma Reinert.

O investimento para a “transformação” de parte do IBMP em laboratório é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Por enquanto, somente a Secretaria de Saúde do Paraná envia testes para serem feitos por lá, mas, com a ampliação, o local deve se tornar referência para receber os exames de toda a região Sul caso os números da doença aumentem além da capacidade dos estados.

Nos próximos dias, segunda a Sesa, os laboratórios das universidades estaduais de Maringá (UEM) e Londrina (UEL) também vão passar a realizar os testes para ajudar a acelerar a obtenção dos resultados.