Paraná produz reagente para doença típica da área rural

O Paraná será o primeiro Estado brasileiro a produzir, em escala industrial, o antígeno (reagente) usado no exame que acompanha a evolução da paracoccidioidomicose (PCM). Doença típica da população da zona rural, a PCM é um tipo de micose que atinge principalmente homens, com idade entre 30 e 60 anos.

Produzido pelo Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), da Secretaria Estadual da Saúde, o antígeno já foi aprovado em testes realizados em conjunto com o Hospital de Clínicas da UFPR, Laboratório de Análises Clínicas da Universidade Estadual de Maringá e Faculdade Paulista de Medicina. Agora, passa por novos exames para avaliar a estabilidade e confirmar o prazo de validade.

O desenvolvimento do reagente foi financiado pela Fundação Araucária. Após o registro junto ao Ministério da Saúde, o produto será disponibilizado à Rede Nacional de Saúde Pública.

“O Paraná é pioneiro também no fornecimento gratuito do Itraconazol, o melhor medicamento para o tratamento da PCM”, ressalta Luiz Carlos Sobania, secretário estadual da Saúde.

Segundo Sobania, o Itraconazol reduz o tempo de cura da doença de dois anos para seis meses. No Estado, estima-se a ocorrência de cinqüenta novos casos por ano. Quando não tratada, a doença geralmente leva à morte.

O remédio está sendo disponibilizado pelo Centro de Medicamentos do Paraná Cemepar. “O medicamento deve ser solicitado pelas regionais de Saúde”, informa Elizabeth Sens, da coordenação de doenças infecciosas da Secretaria da Saúde.

40 anos de incubação

O fungo da PCM vive no solo, por isso, a maioria dos doentes mora na zona rural ou, pelo menos, já trabalhou na lavoura. A doença pode se manifestar logo após o contato ou até 40 anos depois. Segundo o médico Flávio Queiroz Telles, as pessoas que desenvolvem a PCM geralmente têm histórico de tabagismo, álcool ou desnutrição.

A principal porta de entrada da infecção é a inalação. Os sintomas da doença são feridas na boca, emagrecimento, aumento dos gânglios e problemas respiratórios.

A PCM pode ser confundida com tuberculose ou câncer. O diagnóstico definitivo é dado por exame de escarro ou do tecido retirado do local acometido pelo fungo.

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