Para lembrar da luta

Uma exposição de fotografias retrata a luta de estudantes, políticos, sindicatos e até da igreja contra a tentativa de privatizar a Copel (Companhia Paranaense de Energia), em 2001. Nas lentes dos fotógrafos Carlos Alfredo Gomes, Everson Bressant, Denis Ferreira Neto (de O Estado), Marlise Bassfeld e Pablito Pereira, ficaram registradas as imagens que ajudaram a escrever este capítulo da história do Paraná. A mostra fica aberta ao público até o fim deste mês, na Biblioteca Pública do Paraná.

Há dois anos a Assembléia Legislativa votava um projeto de lei que permitiria ao governo do Estado privatizar a Copel. Vários setores da sociedade se reuniram contra a transação, e realizaram diversas manifestações de repúdio.

Pablito Pereira, o curador da exposição, diz que a mostra apresenta vários fatos que marcaram o acontecimento político. Talvez, por isso mesmo, que a mostra apresente imagens tão diferentes sobre o mesmo assunto. É possível contrastar a truculência entre policiais e manifestantes com o pacato manifesto de um grupo de idosos segurando bandeirinhas com a palavra “Não”. Outra imagem mostra policiais enfileirados, como se formassem um muro de proteção, que mais tarde veio abaixo pela força dos manifestantes. Eles conseguiram entrar na Assembléia e impedir a votação final sobre o projeto. A irreverência também foi flagrada: no meio da multidão, um boneco representando a morte, segurando a Copel nas mãos.

Para Pablito, a fotografia desempenhou um papel importante na desistência de venda da Copel. Ele explica que ela serviu como ponte entre o que ocorreu naqueles dias e a população. “A fotografia é segunda realidade, a primeira é a vida real”, enfatiza.

A estudante de jornalismo Michele Sessi, 21 anos, aprovou a qualidade do material apresentado. Conta que o que mais chamou sua atenção foi a fotografia de Denis, onde um rapaz ferido oferece uma flor a um policial. “É triste ver esse tipo de cena. Existem outras maneiras para resolver os problemas sociais”, fala. Willian Jhonnes, 25 anos, estava lá no dia em que houve o conflito. “As fotos mostram claramente o que ocorreu lá. O governo colocou os policiais a seu favor para tirar a nossa voz”, comenta.

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