Órgão raro precisa de manutenção

A Igreja Matriz de Campo Largo possui uma raridade musical: um órgão francês, de 1892, fabricado por Aristide Cavaillè Coll. Um dos quinhentos que estão espalhados pelo mundo e dos quatorze do Brasil. O instrumento funciona perfeitamente, mas agora a igreja pleiteia recurso para a manutenção, para que o órgão continue conservado. "Os trombetes do órgão estão um pouco desafinados. A última manutenção foi em 1993. Está precisando de outra. A gente espera que saia ainda este ano", afirma o organista Gino Zanlorenzi, 62 anos, responsável pelo instrumento.

Zanlorenzi explica que quem primeiro adquiriu o órgão foi a Catedral de Curitiba, que comprou ainda novo no Rio de Janeiro, em 1902. Cinqüenta e quatro anos depois, em 1956, foi a vez da Matriz de Campo Largo adquirir o instrumento. "Lembro que eles pagaram mais de 120 mil da moeda da época, mas, por falta de conhecimento, não é muito valorizado", lamenta o organista.

São muitas as singularidades do instrumento. Ele possuiu oito registros (som). Cada um deles tem 56 notas, o que garante os mais belos e diferentes sons. "O segredo do som desse órgão está na composição dos metais. Os tubos são de uma mistura de estanho, cobre e níquel e as palhetas (saída de som) são de bronze fosforoso. O som de cada tubo é só dele. A beleza é indiscutível", afirma Zanlorenzi.

O órgão é tocado nas missas das 9h, no primeiro, terceiro e quinto domingos do mês e, às vezes, em algum casamento. "Não existem muitas pessoas interessadas em aprender a tocar esse órgão. Aqui somos eu e mais um", afirma. Desde o contato que teve com o órgão, em 1963, o interesse de Gino Zanlorenzi pelo instrumento só tem aumentado, além de tocar sempre que pode, o comerciante aposentado procura estudar os detalhes do órgão do século XIX.

Atualmente, o instrumento custa cerca de 12 mil francos, fora a instalação. Os órgãos que hoje estão no Brasil ficam nos estados do Pará, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Paraná, mas não se sabe em que condições se encontram.

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