Os ônibus da Linha Verde, avenida que deve estar concluída no segundo semestre de 2008, rodarão com combustível ecológico. A Prefeitura de Curitiba, por meio da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), está fazendo um levantamento dos tipos de combustível que poderão ser usados nos ônibus articulados da primeira fase da Linha Verde, que ligará o Pinheirinho ao Centro.
"A Linha Verde não leva este nome sem motivo, porque foi projetada com profunda responsabilidade ambiental. Além do parque linear e das ciclovias que acompanham o trajeto da avenida, toda a infra-estrutura de transporte foi planejada com a mesma preocupação ambiental", afirma o prefeito Beto Richa.
O presidente da URBS, Paulo Schmidt, explica como será feita a escolha do combustível ecológico: "Poderemos usar vários tipos de biodiesel, com percentuais de mistura diferenciados, ou ainda o álcool, para controlar e reduzir a emissão de poluentes".
Para tomar a decisão, estão sendo consultados fabricantes de ônibus e distribuidoras de combustíveis. Com esse levantamento concluído até o fim do ano, a Prefeitura de Curitiba e a URBS pedirão autorização à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para as experiências.
Sem autorização especial, é possível misturar no diesel até 2% de compostos orgânicos, como os derivados de soja e de mamona. A lei 11.097, de 2005, que regula a introdução do biodiesel na matriz energética nacional, determinou que, a partir de 2008, todo diesel vendido no Brasil terá mistura obrigatória de 2% de biodiesel. O percentual obrigatório subirá para 5% a partir de 2013.
O projeto de Curitiba é começar com um percentual ainda maior de mistura. "Desde 1995 temos feito experiências com combustíveis menos poluentes na frota do transporte coletivo, e já chegamos a usar mistura de 20% de biodiesel", afirma o gestor da área de vistoria da Urbs, Élcio Karas.
Há 12 anos foram feitos os primeiros testes em um dos ônibus da linha Volta ao Mundo, embrião da Linha Turismo, que percorria os principais parques da cidade. O veículo usava álcool hidratado com 5% de um aditivo especial para melhorar a potência do motor.
Em 1998, a Urbs fez duas novas experiências. Vinte ônibus passaram a rodar com 80% de diesel e 20% de éster de soja. A emissão de poluentes nesses veículos foi reduzida em 37%. Outro grupo de ônibus foi abastecido com 89% de diesel e 11% de álcool, com redução de 42% na emissão de poluentes.
De 2000 a 2005, foram usados mais 20 ônibus no teste da mistura de 92% de diesel e 8% de álcool. A redução de poluentes ficou em 32%, com bons resultados também na redução do consumo e desgaste do motor.
A experiência mais recente com combustível ecológico foi em março do ano passado, quando ocorreram em Curitiba as conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre biodiversidade (COP/MOP). A Prefeitura criou uma linha especial que ligava o Centro à sede dos eventos, no ExpoTrade Pinhais, com seis ônibus Ligeirinhos movidos a biodiesel, com 5% de éster de soja na mistura.