Por mais inofensivo que possa parecer, o ambiente doméstico esconde uma série de armadilhas às crianças. É em casa que acontecem 70% dos acidentes que têm como vítimas meninas e meninos pequenos. Destes, 50% ocorrem na cozinha, considerada o local mais perigoso de uma residência.
Para que os pais de crianças saibam onde estão os riscos, a organização não governamental (ONG) Criança Segura está com uma casa itinerante montada no estacionamento do supermercado Big, na Avenida das Torres, em Curitiba. Através dela, que possui cômodos em tamanho real, os visitantes podem identificar os perigos e saber como evitar os acidentes. ?Normalmente, devido ao fato de o ambiente doméstico ser familiar e conhecido, os adultos se descuidam um pouco mais com as crianças. Porém, é nele que acontece a maior parte dos acidentes?, comenta a coordenadora regional da ONG, Alessandra Françóia. ?Para se ter uma idéia, anualmente uma média de 41 crianças são vítimas de quedas de janelas no Brasil.?
Segundo Alessandra, os acidentes domésticos podem deixar seqüelas graves nas crianças, ou mesmo levá-las à morte. Além do mais, podem deixar conseqüências psicológicas, abalando o emocional de toda família.
Para evitar tudo isto, o melhor é adotar medidas simples para que os acidentes não ocorram, como por exemplo guardar produtos tóxicos e objetos cortantes em locais altos ou armários trancados; não permitir que as crianças tenham livre acesso à cozinha; colocar protetores em tomadas; e instalar redinhas de proteção em janelas. ?Cerca de 90% dos acidentes podem ser evitados. Em casa, medidas adotadas no dia-a-dia e que não geram grandes despesas podem garantir a segurança das crianças. Temos que ter consciência que tudo que depende de observação constante de pessoas pode ser falho. Por isso, é preciso prevenir?, diz Alessandra.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada ano, no Brasil, seis mil crianças com idade entre zero e 14 anos são hospitalizadas em decorrência de acidentes que poderiam ter sido evitados. Os acidentes de trânsito são responsáveis por 41% das mortes de crianças. Depois deles, as maiores causas de acidentes fatais são afogamentos (25%), sufocação (13%), queimaduras (7%), quedas (5%), intoxicações (2%) e armas de fogo (1%).