Obras no centro de Curitiba geram poeira e reclamações

O motorista que passa pelo centro de Curitiba, nos arredores da Praça Tiradentes, tem de agüentar em pleno janeiro, teoricamente época de menos tráfego, trânsito lento e poeira. É que a Prefeitura está realizando obras de revitalização asfáltica nas ruas Cruz Machado, Dr. Muricy, em parte da avenida Cândido de Abreu, nas travessas Moreira Garcez e Nestor de Castro, além da lateral da Praça Generoso Marques. Apesar do incômodo para quem está na cidade, a Prefeitura alega que precisa aproveitar a época de férias para as intervenções e garante que, se o tempo ajudar, até o fim deste mês tudo estará pronto.

Como ontem pela manhã foi concluída a primeira fase das obras – a de fresagem, conhecida também como raspagem do asfalto – até esta segunda-feira o trânsito vai ficar mais tranqüilo e totalmente liberado. "Durante este período faremos medições para saber se sobrou alguma parte para fazer a recuperação", explica o diretor do Departamento de Pavimentação da Prefeitura de Curitiba, Mário Tookuni. Ainda assim, é preciso que o motorista tome cuidado, já que entre as etapas de fresagem e de colocação do novo pavimento asfáltico a via fica "áspera", exigindo redução da velocidade, e sem as sinalizações horizontais.

Poeira

A reclamação dos motoristas fica por conta não apenas do trânsito, parcialmente impedido com as máquinas trabalhando, mas também por causa da poeira que se forma com a intervenção nas vias. "Está sujo, levanta uma poeira lascada", reclama o motorista de táxi Jefferson Alcântara. "Nem lavei o carro ontem por causa disso. A gente passa o dedo e sai uma poeira preta", relata. Mas são os comerciantes que mais se revoltam. Marlene Nubesniak é gerente de uma livraria na Rua Dr. Muricy e diz que, durante toda esta semana, tinha de escalar a equipe de vendedores para limpar os produtos. "Ou eles fecham a rua ou fazem isso à noite. Já disse na Prefeitura que se tiver algum estrago na mercadoria, eles é que vão ter de pagar."

O diretor de Pavimentação confirma que a Prefeitura recebeu muitas reclamações pelo mesmo motivo e garante que, para diminuir o pó, as ruas foram varridas com equipamentos apropriados após a fresagem. "Depois da fase de recomposição de pavimento asfáltico, procedemos de novo o mesmo processo ou, se preciso, fazemos a lavagem. Mas poeira levanta mesmo, não tem jeito, e fica ainda pior sem chuva", rebate o diretor.

Na etapa de pavimentação asfáltica – que também levanta poeira, embora menos do que na fresagem – não é possível trabalhar quando chove. Por isso, segundo o diretor, os trabalhos estão a todo vapor nos dias secos. "Estou fazendo todo o esforço para concluir este mês, já que depois começam as aulas e há o retorno das férias." A idéia inicial era executar as obras à noite, mas, além de reduzir o número de horas para o trabalho, o barulho se tornaria problema na região central, onde há prédios e hotéis. "Respeitando a lei do silêncio, poderíamos trabalhar somente três horas diárias, enquanto durante o dia rendemos até dez horas de trabalho", esclarece o diretor de Pavimentação. Na Rua Dr. Muricy, que tem enfrentado congestionamentos mais pesados com as obras, a Prefeitura estuda possibilidade de fazer a pavimentação somente nos fins de semana.

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