“O Estado”, 51 anos de jornalismo competente

Em 17 de julho de 1951, circulava pela primeira vez o matutino O Estado do Paraná. Num velho casarão na esquina da Avenida Vicente Machado com a Praça Osório, no centro de Curitiba, começava a funcionar um dia antes, redação e oficinas de um dos maiores órgãos de imprensa que o Paraná conheceu. Já se vão 51 anos de história registrada sem qualquer interrupção. Da Vicente Machado para a Barão do Rio Branco e da Barão para o moderno complexo na Vista Alegre das Mercês, construído nos anos 70 para ser a sede do “jornal do ano 2000”, fez-se a história de O Estado.

Foi-se a época das caldeiras de chumbo, das linotipos, das máquinas de escrever (algumas ainda teimam em resistir ao nosso modernismo nas mãos de antigos e saudosos profissionais), os Photons, a paginação, o past-up e até o fotolito. Tudo isso foi dando passagem para a nova geração de máquinas modernas e sendo substituído pela informática e pelo sistema tecnológico de última geração.

A evolução passou por três máquinas rotativas diferentes, três sedes novas. E a história do jornal cruzou com perseguições políticas, muita repressão e censura prévia nos anos da ditadura militar. A antipatia gratuita de alguns setores governamentais contra o diretor presidente, licenciado, de O Estado, Paulo Pimentel. Mas nada disso serviu para bloquear o estilo livre e descompromissado da empresa. Ter o seu próprio jornal e fazer uma imprensa independente sempre foi o sonho de Pimentel, que ao longo desses anos manteve sua empresa sempre sólida, numa busca incessante de conciliar a diminuição dos custos com a manutenção da qualidade.

Desde a primeira manchete: “Demite-se o Gabinete de De Gaspari”, foram quase 16 mil manchetes de primeira página, registrando os principais fatos que aconteceram ao longo deste mais de meio século de circulação diária. Manchetes que relembram quando Guaratuba foi quase engolida pelo mar, o desmoronamento do Edifício Atlântico, na mesma Guaratuba; quando um caminhão com uma tonelada e meia de dinamite explodiu no Alto do Cabral; quando o inverno nos castigou e Curitiba virou a “Branca de Neve”; quando o Coritiba, em 1985, e o Atlético, em 2001, foram campeões brasileiros ou ainda quando Percival Charquetti ganhou o prêmio Esso pela sua reportagem em série “Garimpo, Terra de Canaã” ou Edison Jansen registrou com sua objetiva um estudante enfrentando um polícia montada com um pequeno estilingue e repetiu o prêmio Esso. Vale lembrar ainda a visita do papa João Paulo II a Curitiba, o primeiro bebê de proveta, o caso Bruna e a série de reportagens de Mauri König, ganhadora de vários prêmios, inclusive o Esso regional, denunciando o recrutamento irregular de jovens brasileiros para as forças armadas paraguaias.

Por essas e tantas outras é que O Estado detém hoje posição de destaque na imprensa brasileira.

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