Em 2010

Número de mortes no trânsito passou de 3,4 mil no Paraná

O Paraná está em terceiro lugar na lista de estados com maior número de mortes em acidentes de trânsito, de acordo com levantamento do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira (4). Com 3.410 óbitos registrados em 2010, os paranaenses só perdem para os paulistas (7.160) e para os mineiros (3.674). No país, o número passa de 40 mil. Em 2002, a quantidade de mortes no Paraná era de 2.648 e no Brasil, 32.753.

O levantamento também aponta um crescimento significativo do número de vítimas fatais em acidentes envolvendo motocicletas, que atualmente representam 25% do total de mortes no trânsito no país. No Paraná, os dados referentes a acidentes com motocicletas representam 22% do total. Em comparação com as informações de 2002, o número de motociclistas mortos triplicou em âmbito nacional, praticamente o mesmo crescimento do Paraná.

O futuro secretário municipal de Trânsito de Curitiba, o presidente da Comissão de Direito de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), Marcelo Araújo, acredita que os dados do levantamento têm relação direta com o crescimento da frota de veículos em geral e, em especial, de motocicletas. “Para analisarmos os dados corretamente, temos que considerar o aumento da frota e sabemos que está havendo um crescimento exponencial no número de motocicletas não só aqui no Paraná, mas em todos os estados”, comenta.

Para ele, o aumento da frota se deve a uma maior popularização das vendas. “Antes, a compra de uma motocicleta era praticamente inviável, mas agora vemos que esse veículo está substituindo outros, principalmente em áreas rurais, sendo até mesmo a primeira opção, pois há uma facilidade maior na aquisição e não tem um custo tão alto”. Ele ainda contesta os dados do Ministério da Saúde. “Poderíamos multiplicar todos esses números por três, pois o levantamento leva em consideração as mortes que acontecem somente no local do acidente”.

De acordo com ele, apesar de o atendimento emergencial ser eficiente, muitas vezes não é suficiente para evitar que a vítima acabe morrendo depois. “A sobrevida acaba sendo de um mês ou pouco mais”, ressalta. Essa fragilidade dos motociclistas seria devido à obrigatoriedade apenas do capacete como equipamento de segurança, deixando o restante do corpo “exposto demais”.

No entanto, ele não acredita ser este o principal motivo de o número de óbitos estar aumentando cada vez mais. “Principalmente no caso das motocicletas, esse tipo de veículo exige uma habilidade maior do que se aprende nas moto-escolas. Existe uma cultura de que é possível passar direto da bicicleta para a motocicleta sem uma transição em um veículo com baixas cilindradas”. Aliado a isso, ele ainda cita o problema do mau comportamento dos motoristas, com atitudes perigosas, como o consumo de álcool e o excesso de velocidade.

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