Grande redução

Número de miseráveis no Paraná caiu 74,5% no período de dez anos

A combinação de fatores que levou à redução da miséria no Brasil foi mais positiva ao Paraná do que ao país, na média. No período de 2003 a 2013, o número de pessoas consideradas extremamente pobres no estado caiu de 840 mil para 214 mil, uma redução de 74,5%. No Brasil, a queda foi menor, de 60%.

O Estado também continuou reduzindo o número de pessoas nessa condição em 2013, ao contrário do que ocorreu no Brasil. Cerca de 10 mil paranaenses deixaram o grupo de extremamente pobres no ano passado, uma redução de 4,4% no número total.

Os dados compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgados ontem mostram que houve uma inversão em 2013 na tendência de redução no número de pessoas extremamente pobres no país. No ano passado, cerca de 320 mil pessoas entraram nessa condição. Eram 10,4 milhões no ano passado, contra pouco mais de 10 milhões em 2012, a primeira elevação desde 2003.

No Paraná, apesar de não ter havido um acréscimo, o ritmo da queda ficou menor. No período 2009-2012, cerca de 150 mil pessoas deixaram a condição de extrema pobreza no Estado, uma média de 50 mil ao ano.

De acordo com os critérios do Ipea, a chamada população em extrema pobreza é a que tem uma renda per capita insuficiente para adquirir uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias necessárias para satisfazer adequadamente a uma pessoa.

A redução de 10 mil pessoas verificada entre 2012 e 2013 ficou igual à registrada na passagem de 2008 a 2009, quando eram sentidos os efeitos mais fortes da crise econômica global daquele período.

Os sinais, portanto, são de que fatores como aumento da renda, concessão de benefícios sociais e melhora no mercado de trabalho podem ter perdido sua força para reduzir a miséria, mesmo em regiões onde a curva ainda é descendente.