Risco no sistema

Nova tarifa do transporte ainda é motivo para debate

O reajuste da tarifa do transporte coletivo em Curitiba ainda está incerto. O dia 26 de fevereiro é a data de referência para que a tarifa tenha um novo valor, conforme o prefeito Gustavo Fruet afirmou na última quarta-feira, mas ainda é preciso que vários fatores sejam definidos até que a tarifa técnica e a que é paga pelo usuário sejam reajustadas. A integração com a Região Metropolitana também é uma preocupação da administração municipal, que admitiu que a continuidade do sistema integrado está em risco.

Entre os elementos ainda indefinidos está o cumprimento da liminar emitida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) que determina a redução de R$ 0,43 no valor da tarifa técnica, a ser aplicada a partir do reajuste. De acordo com a secretaria de comunicação da prefeitura, a administração municipal aguarda os esclarecimentos de como cumprir a determinação, considerando os contratos já firmados, a lei municipal que determina a fiscalização do sistema pela Urbs – e representa 4% que deve ser retirado do cálculo -, e o acordo judicial que estabelece a metodologia para a formação da tarifa técnica.

Também está ainda em definição o subsídio para a manutenção do transporte integrado com a Região Metropolitana, que corre riscos caso o governo estadual não renove o acordo que mantém a integração com os municípios vizinhos. Além disso, ainda é preciso que o acordo da convenção coletiva dos trabalhadores do sistema de transporte seja definido, já que o gasto com pessoal e benefícios representa 33,81% da composição da tarifa. Uma reunião hoje, entre a categoria e as empresas, deve dar continuidade à negociação.

Pressão

Ontem a Frente de Luta pelo Transporte protocolou uma carta ao prefeito e tentou entrega-la nas mãos de Fruet. Com base nos relatórios da Urbs, da CPI do Transporte realizada na Câmara Municipal de Curitiba e do Tribunal de Contas do Estado, o pedido é pela redução da tarifa para R$ 2,25, anulação dos contratos com as empresas e devolução dos valores cobrados irregularmente.

O prefeito não recebeu os representes do movimento. Quem conversou com os manifestantes foi o secretário de Comunicação, Gladimir do Nascimento, que se comprometeu a encaminhar o pedido.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) também realizou um ato em frente à prefeitura. Integrantes da entidade se encontraram com Fruet e entregaram a pauta de reivindicações, dando início à negociação salarial da categoria.