Natal alternativo para quem está sem família

Ceia, almoço, reunião familiar, entrega de presentes, comemoração. Enquanto a maioria das pessoas passou o Natal da forma tradicional, reunidas com parentes, algumas precisaram se adaptar à distância e a uma comemoração diferente. Pessoas que estudam, moram longe de casa ou trabalham nos dias das festas tiveram uma celebração alternativa.  

?Há dez anos já é assim. E, se eu folgo o Natal, tenho que trabalhar o Ano Novo. Este ano ainda deu certo de passar a ceia com a minha esposa?, contou o auxiliar de enfermagem do Hospital Santa Cruz Giovane José de Oliveira. Ele conta que sua esposa sempre reclama e quando ele tem que fazer plantão durante todo o feirado ela passa as festas com amigos, já que os parentes moram em outras cidades.

O hábito acaba tornando normal trabalhar em épocas de festas. No entanto, não há como não sentir falta da comemoração. Isso é o que constata o segurança do Hospital Santa Cruz Marcelo Capelette. ?Desde 2004 estou na rotina do hospital. Mas, antes de vir para cá, já trabalhava em feriados e festas também?, contou.

Capelette e Oliveira, mesmo que por pouco tempo, ainda tiveram a chance de ceiar com a família. Já algumas pessoas, como o garçom do restaurante Lellis Tratoria Antonio Marcos França Góis, precisam trabalhar enquanto todos comemoram. ?Foi a primeira vez que eu passei o Natal fora de casa. Mas compensa financeiramente?, contou. Góis trabalhou na noite do dia 24 até de madrugada e também no almoço do dia 25.

Estudantes

?As pessoas que mais sentem falta são as que passam a data trabalhando ou sozinhos?, explicou a psicóloga Mônica Rohr, da World Study. A psicóloga trabalha com intercambistas e procura prepará-los para passar as festas de final de ano sozinhos. Mas mesmo assim nem sempre é fácil. ?A primeira vez que passei o Natal fora de casa foi mais difícil. Eu estava trabalhando e quando fui ligar para meus pais eu não conseguia falar. Chorei muito. Já o segundo ano foi mais tranqüilo?, contou o publicitário e ex-intercambista Heitor da Costa.

Missas lembraram o nascimento de Jesus

Joyce Carvalho

Ciciro Back
Catedral ficou cheia.

Em companhia de parentes e amigos ou até mesmo sozinho. Ontem foi dia de participar de missas em homenagem ao nascimento de Jesus. Muitas pessoas acordaram cedo para celebrar em igrejas de Curitiba, que estavam com uma boa ocupação. Na Catedral Basílica, no centro da cidade, uma das missas foi celebrada por dom Moacyr Vitti, arcebispo metropolitano.

A professora Vilce Maria Nadolny foi uma das curitibanas que acordaram cedo depois dos festejos de Natal para participar de uma missa na Catedral, que ficou quase lotada. As mensagens de paz e esperança foram proferidas em uma Catedral totalmente decorada para o Natal, com anjos imensos nas paredes. ?Eu sempre vou à missa nos finais de semana, mas este é um dia especial, uma data simbólica que merece atenção. É um dia de festa, então precisava vir?, comentou. A funcionária pública Elizabeth Pimenta fez o mesmo. ?Vale a pena acordar cedo para celebrar o nascimento de Jesus?, afirmou.

Além da Catedral, o Santuário de Nossa Senhora Perpétuo Socorro, no bairro Alto da Glória, também recebeu muitas pessoas ontem. Para o padre Dirson Gonçalves, que celebrou a missa no santuário ontem pela manhã, o Natal é o tempo de reforçar as esperanças, ainda mais em um mundo sem muita luz e alegria. ?É um momento muito especial, de alegria, encontro, fraternidade. É um momento de esperança. E, com isso, conseguimos tocar o barco?, avaliou.

O padre ainda destacou que muitas pessoas estão redescobrindo o verdadeiro sentido do Natal. ?As pessoas estão percebendo que o centro disto tudo é Jesus. A gente pode perceber bem na participação nas missas?, revelou.

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