Muitos ou poucos filhos. Importante é ser bom pai

Se criar um filho já é uma tarefa difícil, criar mais do que dois ou três parece uma missão quase impossível aos olhos de muitos pais. Porém, para alguns corajosos, ter uma família grande, apesar de todas as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, é motivo de orgulho e muitas realizações.

No ano de 1953, com o nascimento do primeiro filho, o funcionário público aposentado Napoleão Araújo, hoje com 67 anos de idade, deu início à sua numerosa prole. Ao todo, são treze filhos ? dos quais o mais novo tem 28 anos e três são adotados ? e 27 netos. “Quando casei, já tinha vontade de ter uma família grande: sonhava com umas seis ou sete crianças”, conta. “Porém, à medida que as outras foram chegando, acabaram sendo muito bem recebidas.” Ele revela que os filhos adotivos são parentes que tiveram problemas com seus pais verdadeiros e que foram viver com ele. Como os outros, são muito queridos e desejados.

As maiores dificuldades enfrentadas por Napoleão se manifestaram no período em que todos os filhos estavam em idade escolar. Devido a problemas financeiros, as crianças tiveram que estudar em escolas públicas. Mesmo assim, tinha gastos com material, uniforme e alimentação.

Por outro lado, os filhos mais velhos ajudavam a cuidar dos mais novos e davam exemplos de educação e comportamento. Nunca nenhum dos irmãos estava sozinho. Na infância, brincavam juntos e, na juventude, saiam para passear uns na companhia dos outros. “Por mais que algumas pessoas não acreditem, educar treze filhos é bem mais fácil do que educar um ou dois: os valores vão se transferindo de um para o outro”, declara. “Outra coisa boa é que as festas, como de Natal e Dia dos Pais, sempre foram bastante animadas.”

Filho único

Outros pais preferem acreditar que é melhor educar bem um único filho, do que enfrentar o desafio de criar vários. É o caso do engenheiro civil Jean Forneck, pai do pequeno Luan, de 5 anos de idade.

Ele conta que gostaria de ter mais filhos, porém diz que os custos de vida hoje em dia são muito altos e que ter mais do que uma criança em casa se torna complicado. “O nascimento de um filho deve ser uma coisa muito bem planejada. É melhor ter apenas um e conseguir criá-lo bem, do que ter vários e não conseguir educá-los de forma adequada.”

Segundo Jean, as vantagens de ter um único filho se refletem sobre a criança, que tem toda a atenção dos pais para ela. A desvantagem é que o filho único pode acabar se tornando muito “mimado e egoísta”. Para ele, cabe aos pais ensiná-lo a dividir as coisas e a não se tornar uma pessoa possessiva.

Pai moderno tem poucos filhos

A psicopedagoga Isabel Parolin, que trabalha com problemas de família, revela que, devido ao excesso de atividades e compromissos profissionais, os pais atuais estão optando em ter número menor de filhos.

Ela conta que, para que o relacionamento entre pais e filhos ? assim como entre irmãos ? seja bom, todos devem aprender a ouvir e entender o ponto de vista dos outros sobre determinadas situações.

Os pais devem agir com bom senso e saber que um filho não se cria sozinho. Assim, precisa aprender a dividir o tempo entre trabalho e atenção aos filhos. Quem tem muitos filhos, não deve priorizar nenhum, conhecendo e trabalhando as qualidades e defeitos de todos. “O pai deve amar a todos incondicionalmente, sabendo, porém, que um filho é diferente do outro. O tratamento deve ser individualizado”, afirma Isabel. (CV)

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