MST faz duas novas ocupações nas regiões central e norte do Paraná

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou duas fazendas no último final de semana, nas regiões central e norte do Paraná. Com a ação, o movimento espera pressionar o governo federal para a realização da reforma agrária no Estado.

Mil famílias estão ocupando a Fazenda Mestiça, em Rio Branco do Ivaí, região central do Estado. A fazenda foi ocupada na madrugada de sábado por famílias dos acampamentos de Manoel Ribas, Pitanga e Jardim Alegre. Funcionários já desocuparam o local e ontem retiraram as máquinas e os animais da fazenda.

Para o sem terra Mário Debona, a reivindicação agora é que a proprietária, Maria Antonieta de Junqueira Neto Cordeiro, que mora em São Paulo, ofereça a área ao Incra para desapropriação. ?A área, de mais de mil alqueires, não cumpria com a função social de gerar emprego para mais trabalhadores?, diz. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a área não estava prevista num processo de desapropriação, o que cria uma nova demanda.

Outra ocupação ocorreu no fim de semana entre os municípios de Cornélio Procópio e Nova Fátima, no norte do Estado. Cerca de 600 integrantes do MST ocuparam a Fazenda Santa Alice, com 1.050 alqueires. Neste caso, o Incra informa que a fazenda foi ofertada em 2005 por um dos três herdeiros do terreno, mas o processo foi impedido até que haja desmembramento dos títulos, ou seja, até a área ser dividida. Outra opção é se os três proprietários decidirem ofertar a área total ao Incra.

Protesto

Em Quedas do Iguaçu, cerca de 600 pessoas do Assentamento Celso Furtado protestaram na praça em frente à prefeitura, exigindo reunião imediata com o Incra. E, desde a semana passada, as quatro entradas de acesso ao assentamento estão bloqueadas. ?Como não conseguimos contato para marcar uma audiência pública, continuamos hoje na praça para tentar algum avanço?, afirma o integrante do MST César da Silva.

O impasse ocorre porque uma parte das 973 famílias assentadas está em área de reflorestamento, que exige um plano de manejo para que os trabalhadores tenham uma renda com o corte de uma porcentagem da madeira. Esse planejamento ainda não está pronto e, segundo informações do Incra, a reunião com o MST local está prevista para o período de 10 a 14 de setembro, entre representantes dos assentados, a procuradoria geral e a superintendência do órgão no Estado.

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