MST acampa em sede da Embrapa

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) montaram acampamento ontem, em frente à sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. Eles cobram o assentamento de aproximadamente 60 famílias (quase 250 pessoas) do acampamento Emiliano Zapata, que fica dentro de uma fazenda do órgão, às margens da Rodovia do Talco (PR-513).

?Estamos no local desde 2003 e já houve a promessa do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de desapropriar a fazenda. Mas até agora, não aconteceu nada?, diz um dos militantes do movimento acampados na fazenda, Arilson de Assis. Ele diz que os sem terra estão cansados do atraso no processo de desapropriação, e que por isso ficarão acampados na porta da Embrapa até que obtenham uma resposta concreta para a questão. ?Já produzimos nosso sustento na área, mas a demora faz com que a situação das famílias fique muito precária devido à falta de infra-estrutura?, conta.

A fazenda foi doada pelo governo do Estado e era utilizada pela Embrapa para realizar pesquisas, contando com 618 hectares. Segundo o Incra, o processo de desapropriação de parte da área (600 hectares) foi iniciado em 2005, mas mesmo com a anuência da Embrapa em vender a fazenda, esbarra em imbróglios jurídicos para ser concluído.

Segundo o órgão, depois que a Embrapa deixou de utilizar a área para pesquisas – pouco antes dos sem terra a ocuparem – vários fazendeiros da região também tomaram pedaços da fazenda. Por conta disso, criaram-se litígios de usucapião, ainda pendentes na Justiça.

Outro entrave, segundo o Incra, é que a fazenda não está registrada em nome da Embrapa, e sim, do governo estadual. O Incra informou que enquanto isso também não for resolvido, o processo de desapropriação não pode prosseguir. O instituto disse ainda que já havia realizado audiências públicas com os integrantes do MST para explicar o motivo da demora, mas que irá conversar novamente com as lideranças dos sem terra para negociar a saída da sede da Embrapa.

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