O Ministério Público do Paraná (MP) investiga denúncia de cobrança abusiva da vacina contra a gripe A em Curitiba. Uma clínica particular estaria vendendo a dose por R$ 200,00 enquanto a média cobrada pelos demais estabelecimentos é de R$ 70,00. O órgão irá analisar as notas fiscais dos últimos três meses para verificar a causa do alto preço.
O valor abusivo que estaria sendo cobrado reflete à alta procura pela imunização. Nos últimos dias, os estoques da vacina esgotaram nos principais laboratórios, sem previsão de reabastecimento pelos fornecedores. “Não haverá nova fabricação da vacina neste ano, mas ainda podem ter alguns lotes reservados e podem ser disponibilizados”, afirmou Milton Zymberg, diretor do laboratório Frischmann Aisengart. No estabelecimento, as vacinas custam R$ 60,00 e, de acordo com Zymberg, os fornecedores não repassaram nenhum aumento que justificasse a venda por mais que o dobro deste valor.
Sem pânico
A Secretaria da Saúde (Sesa) recebeu do Ministério da Saúde mais 190 mil doses da vacina. O lote foi distribuído entre os municípios, que destinam o material para o público prioritário que eventualmente não foi imunizado. “Não há vacina para imunização em massa”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
Apesar da falta de vacinas, ele garante que não há razão para pânico. Paz ressalta que a estratégia adotada pelos serviços de saúde é enfocar na prevenção, com práticas de higiene e ambientes ventilados, mas, principalmente na atenção aos sintomas. “Começando os sintomas, que são febre aguda associada a tosse, dor de garganta e mialgia, é preciso procurar atendimento e será prescrito o medicamento”, explica. O antiviral é considerado eficaz no combate à gripe A deve ser aplicado em até 48 horas. Os casos de morte foram ocasionados por fatores como atendimento tardio e associação a outras doenças mais graves.