Motoristas de ônibus de Maringá ameaçam greve

Motoristas de ônibus do transporte coletivo de Maringá, noroeste do Estado, ameaçam entrar em greve a partir de segunda-feira. O motivo da possível paralisação é que a categoria não aceita o reajuste salarial proposto pelas empresas Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) e Transporte Coletivo Cidade Verde, responsáveis pelo transporte público no município. Amanhã, haverá uma reunião na sede do Ministério do Trabalho na cidade para uma última tentativa de negociação entre os trabalhadores e as empresas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Maringá (Sinttromar), Ronaldo José da Silva, os motoristas decidiram em assembléia, na noite de anteontem, entrar em greve caso as empresas não aceitem seu pedido.

Eles requerem um piso salarial de R$ 1,2 mil e mais R$ 200 de comissão linear por exercerem também a função de cobrador, cargo extinto desde 2005. O piso, hoje, é de R$ 1.020, e os 17,6% de aumento seriam para compensar as perdas salariais.

Já a comissão é calculada de acordo com o número de passageiros que o motorista transporta. “O problema é que alguns companheiros recebem R$ 30 de comissão e outros, por pegarem linhas mais movimentadas, faturam R$ 170. Os trabalhadores não devem abrir mão desses dois reajustes”, afirma Silva.

Ele diz ainda que o Sinttromar quer resolver a questão da melhor maneira possível, mas que tudo depende das propostas que a TCCC e a Cidade Verde apresentarão.

Empresas

O gerente administrativo das duas empresas, Roberto Jacomelli, diz que a proposta feita pelas empresas é de reajustar os salários em 7,8%, elevando o piso para R$ 1.100, e dar R$ 100 pela comissão linear. Ele demonstra otimismo para resolver a situação por meio de negociações, apesar de considerar inviável o pedido dos trabalhadores.

“É um valor que fica acima da inflação e não temos como dar o aumento solicitado. Contudo, estamos abertos às negociações e esperamos definir esse empecilho sem problemas. Acho que se a gente chegar a um denominador comum, o presidente do sindicato deve aceitar. As aproximadamente 30 mil pessoas que utilizam o transporte público em Maringá não deverão ser prejudicadas”, comenta.

Caso as duas partes não cheguem a um acordo na reunião de amanhã, 400 motoristas que atuam na rede da cidade e 100 que trabalham na região metropolitana deverão paralisar as atividades. A greve pode ser por tempo indeterminado.