Moradores protestam contra despejo no Alto Boqueirão

Os moradores da Vila Nova, no Alto Boqueirão, realizaram nesta sexta-feira (25) um protesto em frente à Companhia de Habitação de Curitiba S.A (Cohab) contra a ação de reintegração de posse da área particular que eles ocupam no bairro há aproximadamente dois anos.

Eles procuraram a Cohab para tentar um atendimento imediato, com a relocação para outra área ou o direito de permanecer no local, uma vez que a ação de despejo está marcada para a próxima terça-feira (29).

De acordo com um morador da região, Iziel Pereira da Silva, em uma área menor que mil metros quadrados estão 35 famílias ameaçadas de despejo. Ele contou que o proprietário chegou há um mês com a polícia e afirmou que eles teriam que deixar o local.

“Antes disso a terra estava abandonada há 20 anos, ocupada por usuários de drogas e sendo utilizada até para o estupro de mulheres. Quando estava tudo abandonado, aí não tinha dono. Depois que nós ocupamos a área é que o dono apareceu”, reclama. Segundo ele, o proprietário teria repassado uma procuração ao representante de uma construtora, que pediu a reintegração de posse.

“A gente não quer nenhuma casa pronta. Nós precisamos apenas de um terreno para relocar nossa casa, tendo o terreno a gente se vira. Nós não temos para onde ir e não é possível que não exista espaço para relocar 35 famílias com tanto terreno largado da Prefeitura por aí”, desabafou.

Ocupação recente

A Cohab informou, em nota oficial, que trata-se de uma área particular com ação de reintegração de posse requerida pelo proprietário, com sentença favorável transitada em julgado.  

O órgão esclareceu também que a Cohab e o município de Curitiba não são parte nesta ação e não tinham legitimidade para se pronunciar no decorrer do processo.

De acordo com o órgão, os moradores da área foram atendidos pela diretoria da entidade na última quarta-feira (23) e teria sido explicado a eles que não existe possibilidade de atendimento aos ocupantes, porque toda a produção em andamento de casas e apartamentos já tem destinação definida, com cerca de 80 mil candidatos em fila de espera.

O órgão informou ainda que a atuação da Companhia estaria voltada também para ocupações já consolidadas, o que não seria o caso da Vila Nova.