Moradores de Tamandaré bloqueiam trevo

Com a celebração de uma via sacra, moradores de Almirante Tamandaré bloquearam, ontem, o trevo da Avenida Anita Garibaldi, na divisa com Curitiba. Eles reclamam de problemas na área da saúde, segurança e da falta de creches e escolas. O padre Leocádio Zytkowski, da Paróquia da Barreirinha, coordenou o movimento e afirmou que já tentaram conversar na Prefeitura da cidade várias vezes, mas não foram ouvidos.

Para chamar a atenção, os moradores fizeram cruzes e em cada estação da via sacra falavam do sofrimento de Jesus Cristo e de um problema que aflige a comunidade. Silmara Fonseca, de 21 anos, conta que mora na Vila Prado e lá não passa nem linha de ônibus. Também reclama que não tem creche para deixar a filha pequena. “A mais próxima fica a uma hora de caminhada”, queixa-se.

De acordo com moradores, outro problema da região, é a falta de posto de saúde. Liliane Maria Jandeli, 19, diz a unidade de saúde ficou pronto há sete meses, mas até agora não foi inaugurada. A saída é procurar ajuda em outra lugar. Mas ela relata que há alguns dias foi ao posto de saúde Cachoeira, com consulta com marcada para ás 12h, saiu de lá às 19h, sem ser atendida. “A minha filha estava com começo de pneumonia”, conta.

Já o morador Eugênio Noel reclama da falta de segurança. Disse que o número de policiais é pequeno para atender todo mundo. Outro problema é que as ruas estão tão esburacadas que o carro da polícia não tem acesso a muitas regiões.

Ilma de Lourdes Santos, 40, criticou os problemas da habitação. Segundo ela, 30% das famílias de Almirante Tamandaré vivem em área irregulares. Ela pediu agilidade no processo de regularização, já que as comunidades não têm infra-estrutura básica como escola, posto de saúde e creches.

Alagamentos também fizeram parte do rol de reclamações. Jocemara Aparecida Ribas, 30, conta que na região onde mora, só este ano, já ocorreram oito alagamentos. “Há dezoito anos a situação se repete: a água chega a subir um metro. A gente perde tudo o que tem dentro de casa”, lamenta.

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