Moradores da CEU pagam dívida e impedem o leilão

Os moradores da Casa do Estudante Universitário do Paraná (CEU), em Curitiba, conseguiram pagar ontem a dívida de R$ 28 mil junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso, o leilão do imóvel, previsto para o dia 5 de dezembro, foi suspenso.

Os estudantes que vivem na CEU passaram a última semana mobilizados na tentativa de arrecadar os recursos para pagar a dívida, relativa a encargo funcional de 1997. O montante pago foi de R$ 30 mil – R$ 28 mil para a dívida e R$ 2 mil de encargos jurídicos.

“Já há bastante tempo estamos trabalhando para quitar a dívida”, revelou o presidente da CEU e estudante de Engenharia Elétrica do Cefet-PR, Douglas Lorenzi Vizoni. “Apelamos a autoridades políticas e a entidades de classes, mas grande parte do dinheiro conseguimos através da realização de pedágios, da ajuda de professores e de cartas enviadas a ex-moradores da casa”.

Segundo Douglas, a CEU tem uma dívida de cerca de R$ 550 mil com o INSS referente a encargos patronais. Para que esta possa ser parcelada, era condição fundamental que a dívida de R$ 28 mil fosse quitada. Caso isto não acontecesse, o INSS poderia executar a penhora da casa, o que causou muita preocupação entre os ocupantes.

“A maioria dos moradores da CEU são de famílias de baixa renda do interior do Paraná e não possuem condições financeiras de pagar um aluguel ou uma pensão em outro lugar”, disse Douglas. “Muitos estão angustiados e disseram que, caso a CEU venha a ser penhorada, terão que desistir do sonho de fazer uma universidade, trancar seus cursos e voltar para a casa de seus pais”.

Atualmente, a CEU abriga 261 estudantes, que pagam mensalidade de R$ 90,00. Do total, 60% estão matriculados na UFPR, 10% no Cefet-PR e 30% em outras instituições de ensino superior.

UFPR

Na manhã de ontem, a UFPR enviou a O Estado uma nota em que comunicava sua solidariedade aos moradores da CEU e seu comprometimento em auxiliá-los através de soluções administrativas, legais e de articulação política.

“Infelizmente, a UFPR não tem condições de fazer aporte financeiro por dois motivos. O primeiro, por também atravessar um momento de extremo constrangimento de recursos, juntamente com as demais universidades federais brasileiras. O segundo, por estar legalmente impedida de fazer qualquer repasse ou doação à casa, por ser ela uma fundação de direito privado”, informou o documento.

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