Missionário afirma que realiza milagres

É em uma pequena capela localizada na Estrada da Cachoeira, na divisa entre o bairro Umbará, em Curitiba, e São José dos Pinhais, que o missionário Eduardo Ferreira, 31, reúne centenas de fiéis devotos de Nossa Senhora da Rosa Mística. Eduardo garante que é capaz de operar milagres e mostra as supostas chagas nas mãos e nos pés. A Igreja Católica não reconhece a versão do jovem missionário.

Eduardo conta que os estigmas (chagas) surgiram em fevereiro de 1996, quando ainda morava em Itajaí (SC). “Eu estava me preparando para ir a um grupo de orações quando senti uma forte dor nos pés e os dedos paralisados. Um mês depois a dor foi na mão esquerda. A partir de então, a dor passou a ser freqüente nas mãos, nos pés e no peito”, relata Eduardo. Segundo ele, as marcas só ficaram visíveis em 2002 e, no ano passado, começaram a sangrar.

As graças, conforme Eduardo, acontecem nos cenáculos – orações que ocorrem em todo segundo domingo do mês -ou durante as novenas, que acontecem toda quarta-feira. As orações, afirma, reúnem até mil pessoas e são celebradas por um padre da Igreja Católica que, segundo ele, “trabalha no anonimato”.

A missionária Maria Aparecida Fragoso, 49, é uma das que confirmam os milagres. “Eu era muita vaidosa, orgulhosa e soberba. Fui curada pela bondade de Deus”, diz Maria, acrescentando ainda que necessitava tomar remédios controlados por psiquiatra, e hoje não precisa mais. “Não pedi a cura, mas senti uma luz quente no meu peito e, depois daquele dia, não precisei mais do remédio”, conta. O “milagre”, segundo ela, aconteceu em 2001. Eduardo afirma que já curou também casos de alergia, dor de cabeça, câncer, problemas do coração e que já entrou com pedido perante a Igreja Católica solicitando o reconhecimento das graças e das chagas.

Não reconhece

O bispo auxiliar de Curitiba, dom Ladislau Biernarski, conta que esteve no santuário há cerca de dois anos. “Na oportunidade, eles queriam o reconhecimento da capela pela Arquidiocese. Expliquei, então, que como se trata de algo particular, não pode ser reconhecido”, afirmou dom Ladislau. Segundo ele, na época, o jovem Eduardo Ferreira não falou sobre as chagas nem das curas. “A Igreja é muito prudente e tem que verificar se não se trata de causas naturais. O povo muitas vezes acha que forças parapsicológicas são milagres”, acrescentou.

A Cúria Metropolitana também não reconhece a celebração das missas por padres da Igreja Católica. “A gente não tem conhecimento de que padres estariam realizando as missas”, garantiu o padre João, da Paróquia Senhor Bom Jesus – paróquia que abrange a área onde está instalado o Santuário da Nossa Senhora da Rosa Mística.

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