Ministro da Saúde veio a procura de novas idéias

O ministro da Saúde, Agenor Álvares, esteve ontem em Curitiba para discutir o Sistema Único de Saúde (SUS) junto a participantes de um congresso promovido pela Rede Unida, movimento social que forma profissionais de saúde. Álvares destacou que o Paraná é Estado de tradição em gestão de saúde. De acordo com o ministro, no entanto, a gestão do SUS e das grandes unidades hospitalares tem pressionado os atores públicos. O assunto deve ser tema de reunião entre governo federal, Estado e municípios paranaenses no próximo mês.

O ministro veio buscar novas idéias e experiências realizadas na saúde paranaense para serem aplicadas no SUS. Chamou sua atenção o trabalho desenvolvido na área de vigilância sanitária no Estado, demonstrado em uma das oficinas do evento. ?Tenho certeza que o produto final poderá ser ofertado aos governantes em forma de idéias sobre como implementar as ações?, disse. Segundo ele, até pouco tempo a vigilância sanitária era considerada o ?patinho feio? da saúde pública, posto que tem mudado nos últimos anos. ?Hoje se constitui em ação importante dentro do SUS, principalmente porque representa entre 25% a 30% do Produto Interno Bruto, o que não pode ser ignorado.?

O ministro aproveitou para destacar também o funcionamento do Programa Saúde da Família. ?Começou timidamente e foi crescendo no momento em que se percebeu que essa ação seria importante para mudar o modelo, antes centrado na atenção hospitalar?, afirmou. ?Agora, precisa de aperfeiçoamento no atendimento e nas práticas trabalhistas.? Agenor Álvares lembrou que os profissionais que atuam em cidades pequenas têm à mão uma ferramenta lançada recentemente, o telesaúde, que disponibiliza apoio via internet no caso de dúvidas ou discussões referentes a casos específicos.

No campo da educação para a saúde, o secretário nacional de Gestão de Trabalho do Mato Grosso do Sul, Francisco Campos, que acompanhava o ministro, enfatizou as parcerias firmadas entre ambos os ministérios, da Educação e Saúde. ?Não podemos normatizar, mas incentivar que as escolas venham ao encontro com das necessidades que o SUS tem, através dessa parceria?, disse. Nesse sentido é negociada pelo ministério a extensão do atual Profae – programa voltado à formação técnica de auxiliares de enfermagem – para um novo programa, inicialmente chamado de Profaps -Programa de Formação Profissional em Saúde -, que deve contemplar outras demandas do SUS, como nas áreas de farmácia, bioquímica, vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental. Campos também afirmou que o principal programa do governo no momento, o Pró-Saúde – que incentiva as transformações curriculares para as carreiras que compõem o PSF: médicos, dentistas e enfermeiros – pretende incrementar os números de instituições participantes para injetar recursos também no município para melhorar as unidades de saúde. No Paraná, 90 instituições estão inscritas.

Deficiências

Apesar das ações, o ministério ainda tem grandes desafios no setor dos serviços de saúde, principalmente no que se refere a atendimento e gestão do SUS e dos hospitais. O pacto entre conselhos municipais e estaduais de saúde, firmado com o ministério recentemente, deve discutir essas questões no âmbito do Paraná no dia 10 de agosto. Na ocasião, serão colocadas as necessidades na mesa e formuladas responsabilidades para cada parte. Feito isso, promete o ministério, os recursos serão liberados para efetivar as ações.

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