Os médicos voltam a atender normalmente por planos de saúde hoje, após 15 dias de paralisação. Cerca de 3.500 médicos deixaram de realizar consultas no Paraná. O protesto encerra, mas a classe não conseguiu reajustes. Usuários que não foram atendidos neste período tiveram consultas reagendadas.
O presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho, aponta evolução para a categoria, com o envolvimento direto do Ministério Público Federal (MPF) e da Assembleia Legislativa do Paraná, que instaurou a Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI) dos Planos de Saúde.
“Neste dias não se fechou o acordo, mas se abriram portas de negociações. Temos a expectativa de até a próxima reunião, dia 5 de dezembro, termos um acordo”, diz. Para ele, a maior vitória está na interferência do MPF, que pediu à Agência Nacional de Saúde (ANS) um relatório sobre os reajustes feitos aos planos e médicos desde 2002. “De 2004 para cá, os reajustes chegaram próximo de 140% aos usuários; e os planos de saúde realizaram reajustes aos médicos de, no máximo, 45%. Nem queremos toda a reposição, que hoje seria de R$ 125. Pedimos R$ 80”.
Os dados são contestados pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 empresas especializadas em saúde. Segundo a entidade, entre 2005 e 2011, os honorários aumentaram 71,6%, enquanto a inflação acumulada foi de 41,9%.