Massa de ar polar derruba temperaturas no Paraná

O frio de ontem pegou muitos paranaenses de surpresa. As temperaturas caíram em quase todo o Estado e a previsão é que diminua ainda mais hoje. A mínima ontem chegou a -0,4ºC, em Guarapuava, onde a sensação térmica era ainda mais baixa, de -1ºC. Foi a menor temperatura registrada desde o início do ano – antes havia sido 4,6ºC, no dia 24 de abril, na Lapa.

Em muitas cidades das regiões central, sul e parte do sudoeste chegou a gear.

Uma massa de ar polar vinda da Argentina passou pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina e chegou, ontem, ao Paraná. Nas cidades de Guarapuava, Palmas, Pato Branco, Entre Rios, Pinhão e Francisco Beltrão geou e as temperaturas hoje continuarão baixas. A mínima deve chegar a 1ºC. "A tendência é que o frio hoje atinja mais intensamente também a região norte do Estado", afirma o meteorologista Reinaldo Kneib.

Em Curitiba, a mínima registrada foi de 7,3ºC no início da manhã. Porém, segundo o Instituto Tecnológico Simepar, hoje as temperaturas caem ainda mais, podendo chegar aos 5ºC. A geada pode ocorrer também na Região Metropolitana de Curitiba. Somente a partir de sexta-feira é que as temperaturas voltam a subir.

Alertas

E não é só o frio que deve preocupar os paranaenses nesta semana. Alertas da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, seguiram ontem para a Coordenadoria de Defesa Civil do Paraná a fim de prevenir sobre a ocorrência, além de baixas temperaturas, de mar agitado e ventos fortes a partir de hoje. As defesas civis de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul também foram alertadas sobre os fenômenos.

O vento forte é conseqüência da presença de um ciclone extratropical no oceano. Esse fenômeno, típico da região sul, é diferente do Catarina, classificado por pesquisadores como o primeiro furacão da América do Sul. Em março de 2004, o Catarina atingiu moradores de municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Mesmo assim, a Sedec recomenda que a população evite a permanência em áreas que não ofereçam proteção contra ventos fortes.

Segundo o tenente Galeski, da Coordenadoria da Defesa Civil do Paraná, a maior preocupação no Estado é quanto às grandes ondas em alto-mar. "Já recebemos o alerta, confirmamos com o Simepar e já repassamos à Capitania dos Portos. O grande temor é quanto às pequenas embarcações, que poderão ter problemas com as ondas que podem atingir até quatro metros." Galeski ressaltou que o mar estará agitado fora da costa, não havendo risco de ressaca.

Atendimentos do Resgate Social crescem 40%

Um dia de frio já foi suficiente para aumentar o número de atendimentos da Central de Resgate Social da Prefeitura de Curitiba. No início desta semana, a central vem recolhendo cerca de 140 pessoas por dia das ruas da cidade. O número é 40% maior que o registrado nos dias de temperaturas médias, quando 90 a 100 pessoas são abordadas para encaminhamento aos albergues da cidade.

Assim que são recebidas na Central de Resgate Social, as pessoas são registradas e avaliadas e, se necessário, encaminhadas para o médico de plantão no local ou para uma Unidade de Saúde 24 Horas e recebem a medicação prescrita. A central também oferece higienização, roupas limpas e alimentação, além da albergagem. Quando necessário, e sempre que há concordância dos abordados, eles são encaminhados para atendimento psiquiátrico ou tratamento de dependência de álcool e drogas.

A coordenadora da Central de Resgate, Eliane Miriam Oleski, explica que neste período os próprios moradores de rua buscam ajuda para enfrentar o inverno. "A procura espontânea também sobe 40% nesse período, principalmente em dias de chuva e frio", conta. O restante dos albergados chega através de solicitações pelo 156, em que a população informa sobre a existência de pessoas em desabrigo e através da Casa da Acolhida e do Regresso, que atende migrantes. (SMCS)

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