Marte chega mais perto da Terra em 60 mil anos

Hoje à noite Marte vai atingir o ponto mais próximo da Terra. Astrônomos afirmam que esta é a menor distância que ocorreu entre os dois planetas em 60 mil anos e o evento deve se repetir só em 2.287. Mas sem querer tirar o brilho do espetáculo, o astrônomo e diretor do Observatório do Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná, José Manoel Luiz Ungaretti Silva, afirma que o último evento similar a este ocorreu em 10 de agosto de 1971, quando o planeta ficou a 56,2 milhões de quilômetros, ou seja 500 mil quilômetros a mais. Esta distância não representa para cientistas ou para a população diferença significativa na hora de observar o astro.

Hoje, às 6h51, ocorre o periélio de Marte. Isto significa que seguindo a sua órbita o planeta atinge o ponto mais perto do Sol e da Terra. José Manuel explica que Marte vai estar em oposição, que é o momento em que uma linha pode ser traçada com o Sol numa ponta, Marte na outra e a Terra entre eles. O melhor horário para observar o planeta vai ser às 22h, quando ele estará a 45 graus de altura, depois da meia-noite vai estar a 90 graus. As pessoas devem olhar para o leste, sendo que o planeta pode ser visto de qualquer lugar da Terrad, sem ajuda de qualquer material.

Embora visível, Marte não chega nem perto do raio de visão que temos da lua. Para poder observar o planeta em tamanho similar ao do satélite da terra, precisaríamos de um telescópio que tivesse uma potência de aumento de 75 vezes, ou que o planeta estivesse a apenas um milhão de quilômetros de distãncia. “Mas será fácil observar: No céu ele vai ser o astro mais brilhante depois da Lua”, explica.

A cada 15 ou 17 anos o fenômeno se repete. A última vez que ocorreu foi em 1988. Para o astrônomo, o fato de noticiarem que a mesma distância só vai ocorrer daqui a 60 mil anos “é puro “marteting? (trocadilho com marketing)”, brinca. Não vai haver muita diferença na hora de estudá-lo ou observá-lo, já que a distância de 1971 para hoje vai ser de apenas cerca de 500 mil quilômetros. Ele também afirma que não há provas contundentes de que o fenômeno só ocorreu há 60 mil anos.

O planeta

Marte tem uma superfície desértica e avermelhada, porque é recoberto por óxido de ferro (ferrugem). Nele há tempestades que chegam a atingir 400 quilômetros por hora. Apesar de todas as pesquisas já realizadas, o planeta como todos os outros, sofre influencias de outros astros que estão em constante movimento. “Há necessidade de conhecer os movimentos e a regularidade com que ocorrerem”, explica. Geralmente os cientistas observam as calotas de gelo que existem no Sul e no Norte, o Vale Marineris, que é uma formação parecida com o Grand Canyon, mas bem superior em tamanho. E uma região do solo conhecida como Syrts Majoris, que é possui a forma ligeiramente triângular e dela sai um apêndice. O planeta vai continuar brilhando com essa ansiedade até meados de setembro.

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