Tinha uma pedra do meio do caminho. Não é poesia, mas um ato de vandalismo que poderia ter causado um grave acidente com uma composição da América Latina Logística (ALL) na noite do último domingo, em Curitiba. Um trem carregado de cimento, que seguia para Rio Branco do Sul por volta de 19h, teve que parar de maneira forçada perto do Jardim Botânico para evitar um descarrilamento. Um paralelepípedo foi colocado sobre os trilhos para fazer com que o trem se perdesse.
Mesmo com a perícia do maquinista, que observou o objeto na linha e conseguiu frear, a pedra ainda atingiu o tanque da locomotiva, mas não causou danos maiores. Ela foi retirada e a composição seguiu seu destino. A ALL informou que ainda não sabe se a pedra foi colocada por vandalismo ou sabotagem.
Nos últimos dias a ALL vem sendo alvo de duras críticas, principalmente após dois descarrilamentos que aconteceram na semana passada: um na Serra do Mar, onde 35 vagões carregados de farelo de soja, milho e açúcar caíram da ponte sobre o Rio São João, e outro em Bandeirantes, Norte Pioneiro, quando quatro vagões com álcool anidro e um com farelo de soja quase saíram dos trilhos.
Reconstrução
A ALL informou que a melhora do tempo fez com que o ritmo na reconstrução da ponte sobre o Rio São João continue bom. A construtora Rocca, responsável pela obra, pretende entregá-la pronta até a próxima semana. Mesmo com a liberação da ferrovia, a ALL ainda terá que assinar um termo de ajuste, para que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) retire o embargo da via férrea.
A ALL informou que ainda não recebeu esse termo, mas desde que ele seja factível, pretende assiná-lo. A empresa confirmou que a impossibilidade de utilização da ferrovia pela Serra Verde Express – empresa que faz transporte de passageiros pelo mesma via -, motivada por acidente, está prevista em contrato, que será respeitado pela ALL. Técnicos do IAP continuam avaliando o impacto ambiental causado pelos acidentes. Portanto, o instituto ainda não se pronunciou sobre possíveis multas à ALL.