O grupo de manifestantes que fechou ontem os 29 quilômetros da PR-281, entre São Jorge e São João, no Sudoeste do Paraná, promete permanecer na rodovia até que sejam iniciadas as obras de recuperação da via. Cerca de 200 pessoas bloquearam os acessos da estrada, estacionando tratores e caminhões na pista. Eles reivindicam a recuperação da estrada, por onde é escoada toda a produção das cidades da região.
O administrador do Sindicato das Empresas de Cargas de Dois Vizinhos (Sindivale), Tadeu Fogaça, diz que o fechamento da rodovia é simbólico, "pois a estrada estava praticamente paralisada, já que ninguém consegue trafegar devido aos buracos existentes na pista". Segundo ele, para fugir desses percalços, muitos motoristas estavam dirigindo pela beira da rodovia, adentrando em propriedades rurais que ficam às margens da rodovia. Mas outros estavam mudando a rota, saindo de São Jorge, desviando por Verê e Tapejara, para chegar à São João. Isso aumenta em cerca de 22 quilômetros o percurso.
Para se ter idéia do prejuízo, exemplificou Tadeu Fogaça, um caminhão que rodava até 130 mil quilômetros com um pneu recapado, hoje só consegue andar 30 mil quilômetros. "São tantos buracos e depressões na estrada que acaba com qualquer pneu", falou. O representante do Sindivale adiantou que os caminhoneiros e agricultores pensam em ingressar na Justiça para cobrar os prejuízos do governo do Estado.
A Secretaria de Estado dos Transportes informou, através da assessoria de imprensa, que a licitação para as obras na PR-281 foram encerradas na última sexta-feira. A previsão é que os trabalhos de recuperação comecem em 30 dias. De acordo com a secretaria, serão investidos R$ 4,2 milhões na obra. Mas para Tadeu Fogaça, com esse valor, será possível realizar apenas uma operação tapa-buracos. "Pelos nossos levantamentos seriam necessários no mínimo R$ 15 milhões", disse.