Mancha de óleo atinge rios Belém e Iguaçu

Uma mancha de óleo localizada ontem pela manhã no Rio Belém, em Curitiba, espalhou-se por uma extensão de cerca de dez quilômetros, invadindo o Rio Iguaçu, próximo ao Zoológico. O Corpo de Bombeiros (CB) agiu rápido, instalando barreiras de contenção e evitando que o material continuasse se alastrando. Até o final da tarde de ontem, os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura ainda não haviam descoberto a origem do vazamento, dificultados principalmente por conta das fortes chuvas que atingiram Curitiba na noite anterior, camuflando possíveis vestígios. Eles ainda trabalham com a hipótese de que a chuva tenha sido responsável por levar o óleo até o rio.  

O material foi avistado inicialmente por funcionários da empresa Placas do Paraná que, ao chegarem ao local de trabalho, sentiram um cheiro forte de óleo. Os bombeiros foram acionados e passaram a monitorar a mancha a partir das 6h. Mas, por volta das 9h, o óleo já havia descido cinco quilômetros e atingido  o Rio Iguaçu. A circulação do produto, segundo os técnicos da Prefeitura que acompanharam o monitoramento, foi rápida e pôde ser controlada somente quando o óleo já havia descido outros cinco quilômetros após a confluência dos dois rios, onde pôde ser mais facilmente identificado para a instalação das barreiras de contenção. Uma extensão total de dez quilômetros foi atingida.

O superintende de Controle Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Mário Sérgio Rasera, garantiu que equipes da secretaria vistoriaram a Placas do Paraná, mas não conseguiram evidenciar nenhum vazamento. ?Por isso estamos verificando diversas empresas da região para ver se foi vazamento ou outro problema, como um depósito de óleo que pode ter transbordado com a chuva?, comentou.

No final da tarde de ontem, após um dia inteiro vasculhando a área, ainda não era possível identificar a origem do material – a única suspeita é que teria vindo do córrego Pinheirinho, que desemboca no Rio Belém. A principal dificuldade era encontrar resquícios após as chuvas do dia anterior. ?Em outros incidentes conseguimos identificar óleo na vegetação ou no solo às margens, localizando a proveniência. Mas com o excedente de água constatado hoje (ontem), quase não chegou a sobrar material nas laterais?, conta.

A quantidade de produto que desceu os rios também não pôde ser precisada, bem como o tipo de óleo. ?As manchas que chegam às barreiras são esparsas, e não uma mancha única, o que configuraria um lançamento muito grande e nos deixaria ainda mais preocupados; mesmo assim, pela forma como o óleo se espalhou, consideramos que é um volume no mínimo razoável?, adianta o superintendente.

A secretaria municipal também solicitou à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente que investigue o vazamento e ao IAP a análise laboratorial das amostras colhidas no local para identificar possíveis contaminações. Os resultados devem sair em quinze dias, segundo o instituto. 

Voltar ao topo