Maioria dos curitibanos ainda é sedentário, aponta pesquisa

Colocar o corpo em movimento e aderir a uma atividade física não é algo costumeiro entre os curitibanos. Ainda que a cidade tenha 125 academias ao ar livre e três academias convencionais sem custos e à disposição, apenas 26,3% da população da cidade é ativa.

“Infelizmente menos de um terço da população faz atividades. E não adianta ampliar o número de equipamentos. Temos que nos preocupar em fazer a população utilizar mais o que já temos”, afirma Carlos Alberto Ghesti, coordenador do programa Curitiba Ativa, da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.

E com as academias livres, aos poucos este percentual pode crescer. Como o caso do aposentado Francisco R.R. Soares. Ele fazia caminhadas, mas desde que as academias foram instaladas, ampliou suas atividades. “Eu me sinto muito bem. Se não venho um dia, sinto falta”, conta o aposentado, que usa apenas as orientações impressas nos aparelhos para fazer os exercícios e sem qualquer problema. “No começo tive dores musculares normais de quem não estava acostumado, mas nunca tive nada grave”, garante.

Riscos

Mas o Conselho Regional de Educação Física (Cref) do Paraná alerta para o risco de fazer as atividades sem acompanhamento, ao menos inicialmente. “A indicação é que, primeiro, as pessoas recebam orientação de um profissional para depois fazer os exercícios. O Cref pediu que as prefeituras adotem o uso preferencial, informando os horários que um professor estará na academia”, explica Alessander Simões da Silva, diretor de fiscalização do Cref.

O coordenador do programa Curitiba Ativa não vê riscos para a população que usa os aparelhos sozinha. “Eles são autoexecutáveis, foram projetados para serem usados com peso do próprio do corpo e isso não compromete nada. Todos os aparelhos têm desenhos das orientações e isso é suficiente”, diz.

Caça aos curitibanos acima do peso

Com a ajuda das academias livres, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude espera mudar uma realidade assustadora dos hábitos da população. Hoje, pelo menos 60% das pessoas já se enquadram no grupo de obesos e, através do programa Curitiba Ativa, os professores estão “caçando” pessoas que fazem parte deste grupo ou que estão prestes a entrar nele.

As pessoas são orientadas a procurar a sede do programa, que fica na Vila Guaíra, onde recebem orientações e um programa de atividades. “A pessoa passa por uma avaliação completa, inicia o treinamento aqui mesmo e depois pode escolher uma academia perto da sua casa”, explica o professor Carlos Alberto. Segundo ele, o uso das academias livres pode ser feito sem qualquer restrição ou riscos, já que os equipamentos foram desenvolvidos para atender em especial a terceira idade, funcionando com o próprio peso do corpo. “Não tem contraindicação. Com certeza, elas são mais seguras que as academias convencionais, onde o grande agravante é a sobrecarga que, aliada à má postura, pode trazer problemas mais sérios. Todos os aparelhos têm desenhos das orientações e isso é suficiente”, frisa.

O importante é que as pessoas iniciem uma atividade para fugir do sedentarismo e então participem de programas mais direcionados. “O primeiro passo é esse. A academia ao ar livre é o início para sair do sendentarismo”, reforça Alessander Simões da Silva, diretor de fiscalização do Cref.

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