Maioria das crianças se alimenta mal

Foi-se o tempo em que as crianças comiam verduras e legumes sem fazer cara feia e sem que os pais precisassem ficar insistindo. Atualmente, a maioria das crianças se alimenta de forma incorreta, deixando de lado alimentos altamente benéficos à saúde física e mental. A constatação é resultado de uma pesquisa realizada no ano passado pelo pediatra gastroenterologista Aristides Schier da Cruz, em atividade no Hospital Evangélico de Curitiba.

O estudo analisou cem crianças, na faixa etária entre um ano e meio e quatorze anos. Noventa por cento delas demonstraram cometer um ou mais erros alimentares, “seja pela ingestão pobre em verduras, frutas ou legumes, excesso de leite ou derivados ou ainda pelo consumo excessivo de guloseimas”.

Segundo Aristides, há trinta anos as crianças não dispunham de uma série tão grande de salgadinhos, biscoitos e refrigerantes, possuindo hábitos alimentares bem mais saudáveis que as crianças da atualidade. Na maioria das vezes, os hábitos incorretos costumam ser impostos pelos próprios pais logo após o desmame dos filhos.

“É muito difícil corrigir a alimentação das crianças, pois elas costumam rejeitar os alimentos que, para elas, não possuem um sabor agradável”, conta o médico. “Geralmente levam bastante tempo para se habituarem a comer determinados produtos. Para evitar que isto aconteça, a amamentação deve ser feita por tempo prolongado (2 anos). Aos seis meses, a criança pode começar a ingerir outros alimentos, como sopinhas, que devem ser preparadas da forma mais natural possível.”

Os açúcares devem ser dados às crianças uma ou duas vezes por semana, apenas a partir de um ano de vida. Já o leite industrializado deve ser dado após um ano e meio de vida. O ideal é que a criança não ingira mais de meio litro por dia. “As principais conseqüências dos erros alimentares são a deficiência de vitaminas e minerais no organismo, obesidade, desnutrição, hipertensão, diabetes e falsa anorexia, que acontece quando a criança ingere quantidade suficiente de alimentos, mas de baixo valor nutritivo.”Pirâmide alimentar

Durante a pesquisa, Aristides considerou erro qualquer distorção em relação aos alimentos propostos na pirâmide alimentar. Ela tem como base os carboidratos (pães e cereais), em segundo patamar as frutas e hortaliças, em terceiro as proteínas (carnes, leite, ovos e leguminosa) e no topo as gorduras e açúcares, que devem ser consumidos em menor quantidade.

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