Lula escuta reivindicações dos carteiros

Quem entrava ontem no campus da Universidade Positivo, em Curitiba, para participar do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009, se deparou com um protesto de trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) no Paraná, que estão em greve há dois dias.

Cerca de 100 pessoas chamavam a atenção para as reivindicações da categoria. Os trabalhadores acabaram conseguindo seu objetivo, de conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava na capital para a divulgação do plano.

Na saída do evento, Lula quebrou o protocolo, foi em direção aos grevistas e teve uma breve conversa com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos.

?O presidente prometeu que irá tratar do assunto com o (ministro das Comunicações) Hélio Costa?, conta. A conversa chegou a repercutir na Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), que divulgou o fato em comunicado dirigido a todos os sindicatos filiados.

A greve foi desencadeada devido ao não-cumprimento do termo de compromisso feito entre os trabalhadores e o Ministério das Comunicações durante a última paralisação, em abril. O principal problema está na não incorporação definitiva do adicional de risco nos salários dos trabalhadores.

?Eles não cumpriram com o acordo assinado. Se o presidente não fizer cumprir, quem vai??, questiona Sebastião Cruz, diretor do Sintcom-PR. Sobre a continuidade da greve, Cruz foi enfático: ?Vamos ficar em greve até o acordo ser cumprido?.

À tarde, os grevistas acabaram cancelando a passeata que fariam da sede dos Correios, na Rua João Negrão, até a Assembléia Legislativa (AL). Apenas um grupo de pouco mais de 50 carteiros foi até o local, com o objetivo de marcar presença na votação do Projeto de Lei número 856/07, que torna obrigatória a instalação de porta eletrônica de segurança nas agências dos Correios com Banco Postal. O projeto, do deputado Tadeu Veneri (PT), foi aprovado em primeira votação.

As diferenças nos números divulgados de grevistas continua. Enquanto os sindicalistas paranaenses alegam que 80% dos funcionários da ECT estão parados, a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa, admite apenas um pequeno aumento: dos 17% divulgados anteontem, o número teria subido para em torno de 20%. De acordo com Santos, mais cidades paranaenses aderiram ontem à greve: Ponta Grossa, Cascavel, Francisco Beltrão, Pato Branco e Rio Negro.

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