O municípío de Londrina está temendo uma nova epidemia de dengue. Apesar de nenhum caso da doença ter sido registrado na cidade neste ano, houve um aumento significativo nos locais de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. A preocupação é que Londrina tenha o mesmo quadro de 2003, quando foram registrados mais de sete mil casos de dengue, com dois óbitos em virtude da doença.
O aumento dos focos foi verificado através do Levantamento do Índice Amostral (LIA), feito pela Secretaria Municipal de Saúde na primeira quinzena de janeiro. Essa sondagem apontou um índice geral de focos do Aedes aegypti de 4,7%, bem acima do 1% considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde. O maior número de focos está em bairros considerados de classe média e alta, como os jardins San Remo, Sumaré, Araxá, Bancários e Bandeirantes.
A gerente de epidemiologia da Secretaria de Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, ressaltou que isso demostra que a dengue não ocorre apenas nas áreas de precariedade de infra-estrutura urbana. "Isso também reflete um pouco da sensação de tranqüilidade que as pessoas tem, já que nos dois últimos anos foram apenas 25 casos de dengue na cidade", comenta. A grande preocupação, ressalta a técnica, é que nesse período de férias as pessoas se deslocam para diversas regiões, o que pode aumentar o risco da doença.
Apesar da preocupação de Londrina, o diretor da Divisão de Vigilância em Saúde e Pesquisa da Secretaria Estadual de Saúde, Luiz Armando Erthal, diz que a situação da dengue no Paraná está sob controle. Segundo ele, neste ano não foi registrado nenhum caso da doença no Estado – em 2005 foram 881 e, em 2004, 107. O Paraná é quarto estado brasileiro com o menor número de casos de dengue, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal.