Trânsito mais calmo

Limite de 40 km/h em vias do Centro passa a valer segunda-feira

O motorista que for flagrado dirigindo na região central de Curitiba acima de 40 km/h a partir desta segunda-feira já passará a ser multado. Além desta mudança, a partir do ano que vem os semáforos da chamada “área calma” darão mais tempo pra travessia dos pedestres. Com a redução do limite de velocidade e alteração dos semáforos, a expectativa é que o número de acidentes fatais nessa área seja zerado.

A região, que conta com 133 cruzamentos, já possuía três monitorados. A partir da semana que vem, com os novos 16 equipamentos, serão 22 radares em 12 cruzamentos, monitorando o trânsito ao longo dos 140 quarteirões.

Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito, nos últimos três anos ocorreram 1.173 acidentes nessas vias, matando 24 pessoas. “Estudos realizados em diversas cidades do mundo apontam que o risco de um pedestre morrer ao ser atropelado por um veículo a uma velocidade de 40 km/h é radicalmente menor do que a 50 km/h”, explica a secretaria municipal de trânsito Luiza Simonelli.

A prefeitura investiu R$ 420 mil, desde a sinalização, até os radares e a campanha educativa. “O motorista já está ciente do novo limite de velocidade. Além das placas, durante a última semana tivemos agentes informando sobre a mudança”, afirma a secretaria.

Bem-vinda

Para o empresário Cláudio Dias Jurado Vargas, dono do Bar Empada com Biritiba, na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, a mudança é bem-vinda. “Assisto pelo menos um acidente por semana em frente ao bar. Essa redução é positiva, pois trará mais segurança aos clientes. Essa é uma região com muitos bares, as pessoas ficam nas calçadas. Quem abusa no volante não pensa nisso”, acredita Cláudio.

Já para a motorista Cilene Gimenez, a sinalização poderia ser reforçada. “Percebi muitas placas informando do novo limite. Mas poderia ser mais clara a transição pra alertar o motorista de que ele está entrando na área calma, pois com a sinalização no chão é complicado pra enxergar”, defende Cilene.

Quem não respeitar o novo limite de velocidade poderá pagar multa entre R$ 85 e R$ 574.

Tendência no mundo todo

A redução de velocidade no trânsito é um movimento que já ocorre nas maiores cidades do mundo. Ainda nesse ano, São Paulo, a cidade mais populosa do país, teve a redução de muitas vias artérias de para 50km/h.

Após registrar 178 óbitos em 2013, Nova Iorque assistiu o limite de velocidade cair para 25 milhas, aproximadamente 40km/h. Em Londres, cerca de 300 quilômetros de avenidas possuem um limite de 20 milhas, cerca de 32km/h. Paris conta com quilômetros de ruas trafegáveis a 30km/h.

“O que está ocorrendo em Curitiba é o mesmo que já ocorre em todo mundo. O trânsito é um problema comum a qualquer grande cidade e a maior preocupação deve ser a preservação da vida. Em todos locais onde houve essa redução de velocidade, se observou queda em acidentes graves”, aponta Luiza. (SB)

Multas e semáforos

As multas pra quem não respeitar o novo limite estão previstas no artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro: caso a velocidade supere em até 20% a velocidade máxima, o motorista perde 4 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e leva R$ 85,12 de multa. Caso a velocidade seja superior em até 50%, perde 5 pontos e leva R$ 127,69 de multa. Acima de 50%, são 7 pontos mais R$ 574,61 de multa e apreensão da carteira.

Sincronização

Para evitar congestionamentos e garantir fluidez no tr&a,circ;nsito, no início do ano os semáforos sofreram alteração. O tempo de duração de um ciclo, período de todas as fases do sinaleiro (verde, amarelo, vermelho), passou de 80 para 90 segundos. Para o ano que vem outra mudança que aumentará o tempo de travessia para pedestres. “Os sinaleiros da área calma já foram sincronizados para que os equipamentos que ficam mais a frente abram antes, gradativamente. Estamos fazendo uma média de um metro por segundo pra adequar a travessia do pedestre de acordo com a distância das vias. Assim, poderemos deduzir este valor do tempo para o motorista. Mas essa mudança é de doía a três segundo. Para o veículo, essa alteração não deve causar grande impacto, mas para o pedestre ajudará muito”, explica o gerente de departamento de operações de trânsito da Setran, Pedro Darci.

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