A terceira tentativa de reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para discutir a proposta de gestão compartilhada do Hospital de Clínicas do Paraná e da Maternidade Victor Ferreira do Amaral pela Empresa Brasileira de Recursos Hospitalares (Ebserh), não teve sucesso na tarde de ontem. Desta vez, uma liminar expedida pela Justiça Federal cancelou a sessão que ainda não tem uma nova data para acontecer.
A decisão judicial determinou o cancelamento da reunião por considerar irregular a divulgação do evento, que deveria ter sido realizada com pelo menos 48 horas de antecedência. Outras duas tentativas já haviam fracassado na quarta-feira da semana passada por pressão da Frente de Luta Contra a Ebserh, que também fez manifestações nesta segunda-feira (09).
No início da tarde, cerca de 200 manifestantes aguardavam a sessão na Reitoria da UFPR, mas poucos minutos antes do início da reunião, marcado para 14h, foram informados que o encontro aconteceria na sede estadual dos Correios. Eles se deslocaram para o local em quatro ônibus e fizeram piquete para impedir a entrada dos conselheiros por todas as entradas do prédio. As ruas João Negrão e Conselheiro Laurindo foram fechadas.
Perto das 15h o encontro ainda não tinha o número de conselheiros suficiente para a votação, mas nove membros do conselho entraram no prédio à força, escoltados pela Polícia Militar. Houve empurra-empurra e a manifestação continuou até a chegada do oficial de Justiça com a liminar que cancelou a reunião. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Carla Cobalchini, o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, relutou a aceitar o documento.
“Continuamos o movimento em duas frentes: conta Ebserh e pela manutenção dos empregos na Funpar-HC. É uma Ação civil pública que segue na Justiça do Trabalho, vamos procurar o juiz responsável pela ação, que diante da manifestação tão forte da comunidade universitária, que rejeita a Ebserh, que se procure uma solução pela manutenção dos empregos, que não passe pela privatização do hospital”, avaliou Carla.
Ela ainda afirmou que o prazo até o dia 19 de junho para a universidade se manifestar sobre o assunto não está mais em vigência desde a última sexta-feira e não há necessidade de uma votação às pressas, o que deve acontecer junto com a comunidade. No início da noite desta segund-feira (09), a UFPR informou que uma nova data para a sessão ainda será definida em breve.