Vacina pra todos até setembro!

Liderado por Luiza Trajano, Unidos pela Vacina convoca empresários para imunizar o país

Luiza Helena Trajano. Foto: Fórum Econômico Mundial / divulgação.

Num dos momentos mais delicados em que o país vivencia, um grupo de mulheres se reuniu para ir atrás de um objetivo ousado: vacinar contra a covid-19 todos os brasileiros até setembro de 2021. O movimento Unidos pela Vacina nasceu de uma proposta da Mulheres do Brasil, iniciativa de diversas empresárias do país lideradas por Luiza Helena Trajano, que comanda a rede de lojas de varejo Magazine Luiza. 

O grupo Mulheres do Brasil foi criado em 2013 por 40 mulheres de diferentes áreas, com a proposta de engajar a sociedade na conquista de um país melhor. Hoje, mais de 41 mil participantes integram a grande rede de mulheres, liderada pela empresária Luiza Trajano. 

LEIA TAMBÉM – Juntos contra a Fome: você também pode ajudar nessa corrente do bem

Todos os anos, o grupo traça objetivos e diferentes propostas. Mas em 2021, uma campanha muito forte começou. Líder do comitê de empreendedorismo do Mulheres do Brasil em Curitiba há quatro anos, a diretora executiva da Lapidus Gestão Empresarial Regina Arns vem desenvolvendo o projeto Unidos pela Vacina no Paraná desde janeiro. Ao lado dela, Artur Grynbaum, vice-presidente do Conselho Administrativo do Grupo Boticário, também tem representado o estado e acompanhado reuniões semanais do tema.

O projeto não propõe aquisição de vacinas, muito menos fabricação ou importação de doses. Sem ser partidário e também sem procurar culpados pelo processo de imunização que segue lento no país, o Unidos pela Vacina quer agilizar o processo. O objetivo é fazer com que todos os municípios estejam preparados para a imunização em massa o quanto antes. O Brasil não pode esperar mais.

A proposta funciona em três frentes: A primeira, liderada pela Luiza Trajano, está na linha de frente da negociação em nível federal, em contato com líderes de partidos, presidência do Senado, Câmara, ministro da Saúde, para que a vacinação seja possível dentro do prazo. Outra frente é a pesquisa do Instituto Locomotiva, que está analisando 100% dos municípios do país para entender quais são os gargalos que possam existir em questão de infraestrutura, equipamentos, materiais para vacinação.

Regina Arns, líder do projeto Unidos pela Vacina no Paraná. Foto: divulgação.

A terceira frente é a parte “Adote um município”. “Com base na pesquisa, a gente vai articular com empresas, pessoas físicas, jurídicas, instituições, para que todos os insumos necessários sejam doados e quando a vacina chegar, o processo seja o mais rápido possível”, revela a líder Regina Arns. 

Cada município recebeu um questionário do projeto, com perguntas sobre as principais necessidades estruturais e de insumos para que a vacinação aconteça. Pode ser falta de seringas, luvas, algodão, pode ser um toldo para uma vacinação drive trhu, por exemplo. Cada município deve enviar, respondendo ao questionário, quais são as principais dificuldades estruturais para a vacinação.

No Paraná, todos os 399 municípios responderam os questionamentos. “O Paraná está sendo um dos primeiros estados do Brasil a atingir essa meta. Para isso, um grupo de mulheres, empresárias, articuladas, ligaram para as prefeituras pedindo o retorno dessa pesquisa. Estamos com um time de analistas, apoio da FIEP, que estão debruçados nos resultados”, explica Regina Arns.

LEIA MAIS Dinheiro de multas da pandemia deverá ser usado no combate à covid-19 em Curitiba

Resultado chegou a Secretaria Estadual da Saúde

Durante a última semana, com o resultado em mãos, a equipe do projeto Unidos pela Vacina apresentou os dados do Paraná ao secretário estadual da Saúde, Beto Preto, e também a superintendente de Atenção à Saúde do estado, Maria Goretto Lopes. 

“Esse é o momento de unir forças e buscar soluções para os muitos problemas que temos enfrentado por causa do aumento do número de casos de covid-19. Especialmente agora, com essa nova cepa, que já demonstrou ser muito mais transmissível”, afirmou Ratinho Junior.

A proposta é traçar uma estratégica única entre governo e iniciativa privada. “O que nós queremos é agir de forma transparente com o governo estadual, prefeituras municipais e com a iniciativa privada que está aderindo, de forma exemplar, o Unidos pela Vacina no Paraná”, enfatizou o líder do movimento paranaense e vice-presidente do Grupo Boticário, Arthur Grynbaum.

Em resposta às necessidades apresentadas pelas prefeituras, a secretaria da Saúde evidenciou que a iniciativa privada poderá complementar as necessidades junto aos municípios prioritários com caixas térmicas, termômetros e insumos para as salas de vacinação, como material de higiene, lixeira com pedal, caixas de descarte de materiais perfurocortantes.

Unidos pela Vacina quer imunizar todos os brasileiros até setembro. Foto: Pixabay.

O projeto acontece unindo prefeituras e apoiadores

Com dados em mãos, as empresárias que comandam o projeto vão ajudar quem esteja disposto a apoiar, a adotar um município. Funciona da seguinte forma: a prefeitura informa as necessidades de insumos e materiais para vacinação ao projeto, e as empresas e entidades procuram o projeto para poder ajudar um município. O projeto mostra as demandas de cada cidade, e as empresas decidem o município que deseja acolher. 

“Estamos com muitas empresas cadastradas, que querem colaborar. No interior do estado, por exemplo, várias cooperativas já sinalizaram que querem ajudar doando insumos para os municípios pequenos”, revela Regina Arns. 

Em Curitiba e região, várias empresas já confirmaram participação. O Grupo Paranaense de Comunicação (GPRCOM) tem participado de reuniões semanais, assim como representantes do Grupo Boticário. Durante os últimos dias, a Câmara Americana de Comércio (Amcham), a construtora MRV e mais diversas empresas também aderiram ao movimento.

Em nenhum momento haverá doação de dinheiro, ou arrecadação. “Existe todo um processo. Desde o encaminhamento de um ofício para o empresário, recibo de doação que a prefeitura vai fazer. O empresário, inclusive, pode acompanhar todo o trâmite. A prefeitura, sabendo o que precisa, entra em contato com a empresa, que providencia a compra do que é necessário. Tudo isso com processos revisados em nossos escritórios de advocacia que conta com profissionais com muita credibilidade”, explica.

Você também pode ajudar!

Pequenas, médias e grandes empresas, pessoas físicas, jurídicas, instituições. Quem puder e quiser ajudar tem espaço para participar desse grande projeto. Para ser um fornecedor, ou se tiver interesse em adotar um município, basta enviar um e-mail para pr@mulheresunidaespelavacina.com.br ou preencher o formulário disponível no site www.unidospelavacina.org.br.

Nos próximos dias, a reportagem da Tribuna do Paraná vai trazer mais detalhes sobre todo o projeto no Paraná. Desde o levantamento de dados até o trabalho dos apoiadores. Acompanhe com a gente!