Levantamento aponta conflitos sociais no Estado

A luta dos moradores da Caximba, vizinhos ao aterro sanitário de Curitiba, que recebe lixo da capital e de pelo menos outros 16 municípios da região metropolitana foi destacada como um conflito social pelo Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil, divulgado esta semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ao todo, são 14 conflitos com a população paranaense que constam no levantamento. O mapa reúne cerca de 300 casos do que foi considerado injustiça ambiental em todo o Brasil, uma forma de dar visibilidade às denúncias feitas por comunidades atingidas e por organizações não-governamentais parceiras.

No caso da Caximba, o relatório destacou o perigo de doenças renais, doenças de pele e doenças respiratórias dos moradores em decorrência da proximidade com o aterro.

Outro destaque ficou para a indústria fumageira de São João do Triunfo, em uma das regiões que mais se produz tabaco no Brasil. De acordo com o mapeamento, os agricultores familiares ficam reféns da indústria, além de ficarem expostos ao envenenamento do tabaco.

Em Doutor Ulysses é a polêmica da comunidade quilombola, que há mais de dez anos tenta retomar e regularizar suas terras e, em Tamarana, a briga dos caingangues contra a construção de uma usina hidrelétrica.

O conhecido caso da contaminação por chumbo em Adrianópolis também faz parte do relatório, com implicações na poluição da água, do solo e comprometimento na saúde dos moradores da região, que sofrem com problemas nos rins, fígado e coração, além de danos cerebrais e complicações pulmonares.

Mapeamento

Os conflitos que constam no mapa foram levantados tendo como base as situações de injustiça ambiental discutidas em fóruns e redes a partir de 2006, como a Rede Brasileira de Justiça Ambiental, tendo como foco a visão das populações atingidas, suas formas de resistência e suas demandas.

No site oficial do mapa (www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br) é possível fazer a busca por cada estado ou por uma palavra-chave, a partir da qual está disponível a ficha completa de cada conflito e a lista de municípios atingidos por cada um deles.

A ideia é começar a alimentar o site com mais casos e informações, para que também sirva como consulta e pesquisa de diagnóstico por instâncias municipais, estaduais e federais.

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