Legislação inibe o tráfico de rins

Segundo a legislação brasileira, um paciente que precisa de transplante de rim só pode receber a doação do órgão de um parente. Além de a probabilidade de rejeição ser menor, essa medida contribuiu para a diminuição do tráfico de órgãos. Essa tem sido uma das maiores preocupações da Associação Nacional de Nefrologia. No Paraná, a Sociedade de Nefrologia está organizando a Semana de Nefrologia Nacional, que começa amanhã na sede do Jardim Botânico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), aberta ao público. Estarão presentes especialistas de Curitiba e de várias partes do Brasil. O transplante de rim, a prevenção contras as doenças renais e o tratamento de hemodiálise com os pacientes serão alguns dos assuntos tratados durante o evento. A Sociedade de Nefrologia quer alertar a população sobre a importância da prevenção.

O transplante de rim será o carro chefe das discussões realizadas durante o evento. Entre os assuntos a serem debatidos, está a doação de órgãos. A legislação proíbe a doação de órgãos de uma pessoa viva que não seja da mesma família do paciente. “Isso foi um enorme avanço na doação de órgãos. Sendo parte da família, a compatibilidade mínima do órgão vai existir para que seja feito o transplante”, diz o médico Augusto Laffite, do Hospital Nossa Senhora das Graças.

Para o médico, o transplante é um assunto delicado, porque o sucesso da cirurgia vai depender da rejeição ou não do paciente que receber o órgão. “Muita gente acredita que seja simples, mas não é nenhum pouco. A grande maioria dos médicos já domina a técnica da cirurgia, e esse é um procedimento de rotina nos grandes hospitais. A dificuldade no processo, no entanto, aparece quando o paciente rejeita o órgão transplantado. Mesmo sendo um órgão compatível, a rejeição pode acontecer. Então, uma cirurgia desse tipo envolve muito risco”, explica.

Hemodiálise

O processo de hemodiálise utilizado nos pacientes se divide em duas formas. A hemodiálise usada nas doenças renais agudas, que são reversíveis, e a usada nas doenças renais crônicas, irreversíveis. Na primeira, o paciente faz a hemodiálise durante um certo tempo, e a partir daí o funcionamento do rim volta ao normal. No segundo caso, quando o rim já está comprometido, a hemodiálise substitui o rim e realiza todas as funções do órgão. É aqui que paciente tem a opção de fazer o transplante ou continuar com o processo de hemodiálise.

“Há alguns pacientes que optam por não fazer o transplante por estarem se sentindo bem. Quem decide é o paciente. Qualquer decisão fica a cargo de quem está com o problema. Todo paciente que entra para fazer a hemodiálise, passa por um exame de sangue e a partir desse momento, vira candidato a um transplante. A muitos pacientes é oferecida a oportunidade de fazer o transplante. Mas eles devem estar com a saúde boa, sem maiores complicações”, afirma.

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