Justiça fecha empresa de cromagem

A empresa Cromagem Gusso Ltda, localizada na rua Augusto Stellfeld, 640, centro de Curitiba, foi fechada por ordem judicial por não oferecer condições de segurança a seus funcionários. De acordo com o procurador da Justiça João Zaion, da Promotoria de Acidentes do Trabalho, o Ministério Público já havia autuado a empresa diversas vezes. Conforme o relatório de fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), a empresa não fornecia equipamentos de proteção e apresentava problemas no piso ao redor do tanque. Mas o problema maior, segundo o procurador, era a ausência do sistema de exaustão e de tratamento correto dos resíduos.

“Nossa intenção não é fechar as empresas irregulares. Oferecemos todas as oportunidades para que ela (Cromagem Gusso) se adequasse, melhorasse, mas ela não nos atendeu. Nem o dono da empresa veio ao processo, pedindo novo prazo para adaptação”, comentou o procurador. Segundo ele, entre quase quinhentos processos que tramitam na Justiça por irregularidades no ambiente de trabalho, apenas cinco ou seis empresas foram fechadas até agora. Além da questão da segurança, pedidos de indenização por acidentes de trabalho geram outros quase quinhentos procedimentos na Justiça do Paraná.

A Cromagem Gusso Ltda, que atuava no ramo de galvanoplastia, foi fechada no dia 10 de março, atendendo à determinação da juiza Ana Lúcia Ferreira, da 20ª Vara Cível. A empresa não pode abrir enquanto não estiver adequada.

Sindimetal

O diretor de saúde do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região Metropolitana, Núncio Manala, conta que há três anos o sindicato, em conjunto com a Delegacia Regional do Trabalho e Procuradoria da Justiça, fechou acordo com 98 empresas do setor de galvanoplastia. A intenção era que fossem inseridos programas de controle médico e de saúde nesses estabelecimentos, já que a contaminação de níquel, cromo e ácido sulfúrico – presentes em empresas desse ramo – é altamente tóxica, podendo causar desde vômitos e diarréias, até queimaduras, cegueira e perfuração do pulmão e estômago. “Ao longo do tempo, muitas empresas fizeram as adaptações, outras desistiram do acordo. A Cromagem foi uma das que não atendeu a nenhuma solicitação do acordo”, lembra Manala. Segundo ele, a empresa conta com oito trabalhadores, que já haviam feito denúncias ao sindicato anteriormente. Os funcionários, acrescenta Manala, estavam sem receber o FGTS há oito anos, e a empresa não recolhia mais o INSS.

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