Jornada Jovem debate campanhas de prevenção contra Aids

Do início da década de oitenta, até o dia 30 de junho de 2004, foram registrados, segundo Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde, 362.364 casos de aids no Brasil. Desses, 4.331 foram verificados entre adolescentes de 13 a 19 anos de idade. Atualmente, só na capital paranaense, existem 6,4 mil casos da doença, sendo seiscentos entre adolescentes.

De acordo com a coordenadora do Programa do Adolescente da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Julia Cordellini, que ontem participou de discussões sobre o assunto durante a ?1.ª Jornada Jovem?, realizada no auditório da Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP), a maioria dos jovens que adquirem o vírus HIV o fazem via sexual. ?Apesar de existirem uma série de campanhas que incentivam o uso da camisinha, muitos adolescentes ainda não têm consciência da importância da prática do sexo seguro. Isso indica que muitas das campanhas desenvolvidas podem não estar tendo o resultado esperado?, afirmou.

Na opinião de Julia, a informação transmitida a um adolescente de 13 anos não pode ser a mesma transmitida a um de 19, pois os níveis de entendimento são diferentes.

Além disso, as campanhas não devem mostrar apenas coisas ruins, mas também apresentar referenciais positivos. ?A maioria dos jovens não se liga em morte e doença. Por isso, a linguagem das campanhas deve ser melhor adaptada.?

A coordenadora acredita que a solução não é tentar impedir o jovem de fazer sexo e defende a ampliação de programas que visem o fornecimento gratuito de preservativos masculinos e pílulas anticoncepcionais. ?Em Curitiba, todas as unidades de saúde fornecem métodos contraceptivos, inclusive anticoncepção de emergência.?

Jovens

No decorrer da jornada, os jovens também foram convidados a se manifestar sobre o assunto. A estudante Flávia Buzeti, de 18 anos, concordou que muitas das campanhas existentes não são eficientes. ?O problema é que elas não atingem a realidade dos jovens, principalmente os de baixa renda. Muitas vezes são adultos dando lição de moral e que acabam não tendo credibilidade?, comentou.

Já a integrante da organização não governamental da juventude Instituto Parceiros da Vida Paraná, Monalisa Stefani, destacou a importância da realização de eventos que, como a jornada, propiciam a discussão entre os jovens. ?Queremos e precisamos ser ouvidos. As políticas públicas não podem ser criadas de cima para baixo.? 

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