Irmã Úrsula será canonizada

A fundadora da Congregação das Irmãs Ursulinas do Coração de Jesus Agonizante, Úrsula Ledochowska será canonizada pelo papa João Paulo II no próximo dia 18, em Roma. A congregação, fundada em 1920 na Polônia, está presente hoje em doze países – no Brasil, no Paraná e em Mato Grosso – e reúne 900 religiosas que atuam em cem comunidades.

Lúcia Ledochowska (que recebeu o nome de Úrsula no convento) nasceu na Áustria, sendo a segunda filha do casal Antônio e Josefina Saliz-Zizers. Pela influência dos pais que viviam profundamente a fé em Deus, três dos sete filhos do casal se tornaram religiosos. A irmã mais velha de Júlia, Maria Teresa, fundou a Congregação Missionária de São Pedro Claver, e foi beatificada em 1975. Já o irmão Vladimiro era padre jesuíta e foi por vários anos superior geral da ordem. Úrsula foi beatificada 63 anos após fundar a congregação na Polônia.

Desde pequena Júlia já demonstrava sua vocação, desenvolvendo ações de caridade com os vizinhos, tratando de doentes e ganhando autoridade, apesar da sua pouca idade. Quando ingressou no convento das ursulinas de Cracóvia, trabalhou por mais de vinte anos em missões carismáticas da igreja, dedicando especial atenção à educação das jovens e iniciativas de caráter pastoral. A religiosa também atuou em um trabalho missionário na Rússia e na Finlândia.

Após a Segunda Guerra Mundial, retornou para a Polônia e pediu autorização à Santa Sé para transformar o convento autônomo, do qual era superiora, em Congregação Apostólica das Irmãs Ursulinas, que, por vontade da igreja, recebeu a denominação de Congregação das Irmãs Ursulinas do Coração de Jesus Agonizante.

A irmã morreu em maio de 1939, em Roma, e as pessoas que a conheciam começaram a lhe pedir ajuda em orações. Três graças foram reconhecidas como milagres pela igreja: as curas, de um homem que precisaria amputar o braço devido a uma gangrena, e de uma irmã que sofria de doença hemorrágica; e a salvação da vida de um jovem atingido por um choque elétrico. Esses fatos levaram à beatificação da religiosa em 1983.

Exemplo

Segundo a irmã Teresa Siedlecja, da Congregação Ursulina de Curitiba, um dos desejos da irmã Úrsula era estender o trabalho que a congregação realizava na Polônia, Itália e França para a América Latina. Isso aconteceu trinta anos após a sua morte, quando um grupo de religiosas veio para a Argentina. No Brasil a congregação está presente desde 1971. Em Curitiba, as irmãs coordenam a Creche Nossa Senhora do Rocio e trabalham com evangelização, educação de crianças e jovens e ações de caridade.

Para a irmã Teresa, a canonização representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela religiosa, que serviu e serve de exemplo para muitas gerações. “A nossa alegria é muito grande, pois a madre Úrsula deixa de ser uma propriedade da congregação e da igreja da Polônia, para se tornar uma propriedade da igreja universal, espalhada pelo mundo inteiro”, finalizou irmã Teresa.

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