Invasão no Tatuquara completa um mês amanhã

A invasão de uma área particular no bairro Tatuquara, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), vai completar um mês amanhã. Apesar de a Justiça já ter determinado a reintegração de posse há mais de vinte dias, as famílias continuam no local.

Aos poucos, as barracas de lona estão sendo substituídas por casas simples e casebres de madeira. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a ordem judicial será cumprida, mas a Polícia Militar precisa de tempo para elaborar uma estratégia para que a desocupação ocorra de modo pacífico.

O cadastro feito pelos próprios moradores aponta que estão vivendo no local 320 famílias. Elas querem fugir do aluguel ou deixar de viver na casa de parentes e amigos. Alguns afirmam que já procuraram a Companhia de Habitação municipal, mas o preço das mensalidades é muito superior do orçamento dos moradores.

Adriana Colaço, 29 anos, estava organizando uma lista com o nome dos moradores e a quantidade de pessoas em cada família. O material seria entregue à Polícia Militar, que havia estado ontem no local para levantar informações. Adriana diz que tem cinco filhos e está desempregada. Explica que tem onde morar, mas o terreno está desmoronando e a casa corre risco de desabar. O salário do marido não permite comprar outro lugar para morar.

Terezinha Colaço, 28 anos, é separada e mora com os dois filhos na casa dos pais. Também está cansada de depender dos outros: “Eu até já procurei a Prefeitura, mas não posso pagar os valores cobrados pelos lotes”, comenta. Por enquanto, as duas estão morando embaixo de lonas, mas os moradores se organizaram e dividiram o terreno em vários lotes.

Estratégia

Segundo a Segurança Pública, a PM está acompanhando diariamente o que ocorre no acampamento. Todos os dias monitoram a quantidade de pessoas no local, se há crianças e idosos. Enquanto isso, uma estratégia de desocupação está sendo elaborada. Estão sendo tomados todos os cuidados para que ocorra de modo pacífico.

A área já foi invadida anteriormente, há três anos. Na ocasião, o proprietário conseguiu a reintegração de posse. Se isso voltar a ocorrer, as famílias ameaçam fazer um protesto na BR-476, próxima ao local.

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