Instabilidade no Capivari preocupa geólogos

 Foto: Ciciro Back / GPP
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Fenda na cabeceira da ponte sobre
a represa do Capivari foi coberta por concreto por equipes do DNIT.

A equipe de geólogos do Centro de Apoio Científico em Desastres (CACD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) constatou que a situação do maciço que sustenta a ponte da BR-116 sentido Sul, sobre a represa do Capivari, é preocupante. Nos últimos dois dias, a movimentação do maciço, que estava estabilizada, voltou a acontecer em uma velocidade ainda maior. Nos últimos seis dias, a movimentação do terreno foi de três metros e meio e, desde o dia do acidente que derrubou a ponte que liga Curitiba a São Paulo, o desnível já atingiu 15 metros.

"A situação é preocupante. É preciso intensificar o monitoramento geológico, que deve ser bastante detalhado. Mas não recomendamos o fechamento da ponte", afirmou Renato Eugênio Lima, coordenador do CACD.

Segundo o engenheiro do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT), Ronaldo Almeida Jares, não existe perigo de um novo acidente que acabe derrubando a ponte no sentido Sul, que está funcionando nos dois sentidos. "As obras de contenção que estamos fazendo serão suficientes para evitar um novo desastre. Mas a rápida baixa no volume da represa está fazendo com que o maciço seja puxado. Isso explica o aumento da movimentação do terreno", disse Jares.

Os cabos de aço instalados para sustentar a parte da ponte que caiu acabaram arrebentando em função da movimentação. Para diminuir o impacto no maciço, o DNIT instalou duas balanças nos postos da Polícia Rodoviária Federal (nos dois sentidos da BR) para pesar todos os caminhões que passarem pela rodovia.

A balança instalada no Posto Taquari já está pronta para funcionar. No entanto, o inspetor Adriano Furtado, chefe da 1.ª Delegacia da PRF, não liberou o início da pesagem. "O DNIT precisa, primeiro, sinalizar da maneira correta o trecho e também os retornos", explicou o inspetor. De acordo com Jares, a sinalização começará a ser feita hoje e a pesagem deve ser iniciada amanhã.

Fenda

No fim da tarde de terça-feira, os geólogos da Federal verificaram que houve um aumento da fenda que fica na junta da cabeceira da ponte no sentido sul. "Essa fenda era de dois centímetros e estava estabilizada. Agora constatamos uma movimentação", disse Lima. Ontem, os geólogos não conseguiram fazer uma nova medição porque a fenda foi coberta com concreto pelas equipes do DNIT.

Também ontem, técnicos de empresas terceirizadas colocaram doze tirantes no pé do aterro abaixo da ponte em funcionamento. Jares explicou que esses tirantes foram fixados a 12 metros de profundidade e vão auxiliar na acomodação do maciço. Hoje, começam a ser colocadas estacas no pé do aterro, sobre as quais será construído o muro de contenção que vai segurar o barranco. Para evitar mais movimentação no maciço, essas estacas não serão batidas no solo e sim será feita um escavação para colocá-las. "Não será preciso interditar a ponte. Não há perigo para os usuários", garantiu Jares.

Enquanto a contenção continua sendo feita, a demolição dos destroços da ponte que caiu continua em curso. Não há previsão para o término desta retirada.

Concessão de rodovias pode ser alterada

Brasília (AE) – O governo federal estuda uma mudança no sistema de concessão de rodovias. Ganhará a empresa que oferecer o maior preço pelo direito de exploração do trecho licitado, e não a menor tarifa de pedágio, como é hoje. Ainda assim, o Ministério dos Transportes acredita que os usuários desses novos trechos pagarão um preço mais baixo do que é cobrado, na média, nas demais rodovias privatizadas. Pelo novo sistema, o valor da tarifa já será fixado no edital da concessão.

A nova modalidade deverá ser aplicada em oito trechos de rodovias federais, somando cerca de 3 mil quilômetros.

O diretor do Departamento de Outorgas do Ministério dos Transportes, Fábio Duarte, disse que a proposta de modelo para o leilão está praticamente fechada e deverá ser apresentada ao Conselho Nacional de Desestatização (CND) ainda neste mês. Com a aprovação pelo CND, a proposta seguirá para análise do Tribunal de Contas da União (TCU), provavelmente no início de março.

Para elaborar as diretrizes que orientarão as novas concessões, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) contratou a consultoria Dynatest, que apresentou seu estudo ao ministério no início do mês e que está sob análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). "O estudo mostrou que, mesmo com o critério de maior outorga, é possível ter valores médios inferiores", assegurou.

A idéia, que vem sendo costurada entre os ministérios, é utilizar os recursos pagos pelas outorgas na recuperação de outras estradas de administração federal, inclusive em projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Esse modelo já é usado pelo governo do Estado de São Paulo. Também seguindo o modelo paulista, o governo deverá usar como valor de referência da outorga o equivalente a 3% da receita bruta da concessão, que será paga mensalmente pela concessionária durante os 25 anos do contrato. "Procuramos não inventar muito", disse. "Há uma preocupação política de que o pedágio seja inferior e um apelo da área econômica de recursos para financiar obras e serviços", acrescentou.

BR-476 recebe obras de manutenção

A Prefeitura de Curitiba iniciou nesta semana os trabalhos de manutenção na BR-476, antiga BR-116. Cinco equipes estão atuando em obras de tapa-buraco, roçada e drenagem que serão feitos em toda a extensão urbana da rodovia – do Atuba ao Pinheirinho. A Diretran está reforçando a sinalização.

A BR-476 não recebia manutenção desde outubro do ano passado. A situação da pista se agravou ainda mais depois das chuvas de janeiro deste ano e do mato que escondeu a sinalização das placas. "A condição da BR era precária", disse Omar Sabbag Filho, diretor da Secretaria Municipal de Governo. "Com esse trabalho, os motoristas vão poder trafegar com mais segurança", afirmou.

No cruzamento da BR-476 com o viaduto da Avenida das Torres as equipes estão realizando obras de construção de galeria pluvial e recuperação das caixas de captação. Essa galeria havia sido rompida devido à erosão, causada pelas chuvas.

Além da construção da galeria nesse trecho, estão sendo feitas roçada, drenagem e recuperação do acostamento. Os primeiros serviços foram realizados nos pontos de ônibus e nos acessos à marginal. Outro trecho da BR já recuperado pelas equipes de tapa-buraco é o que fica entre o Contorno Sul, no bairro Pinheirinho até a Vila São Pedro, no bairro Xaxim.

Sinalização

As equipes da Diretran estão colocando placas de sinalização e de limite de velocidade, que é de 70 km/h, no trecho urbano da rodovia. Nas lombadas eletrônicas o limite de velocidade é de 60 km/h na BR. O reforço na sinalização era necessário para garantir mais segurança não só aos motoristas, mas também aos pedestres que precisam atravessar a pista.

A maior parte da sinalização horizontal é balizamento, que são linhas horizontais que separam as faixas de circulação. A sinalização também será reforçada no setor Sul, entre o Pinheirinho e o viaduto que fica no cruzamento com a avenida Marechal Floriano.

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