O polo base da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de Londrina, na região noroeste do Estado, está sendo ocupado por 21 índios da tribo Barão de Antonina. A ocupação aconteceu por volta das 9h30 da última quarta-feira. Na manhã de ontem, os responsáveis pela ação permaneciam incomunicáveis dentro do local.
Segundo o coordenador regional da Funasa no Paraná, Rômulo Cruz, no momento da invasão quatro funcionários e um vigilante estavam dentro do polo base. Inicialmente, os funcionários foram feitos reféns. Porém, acabaram sendo liberados cerca de quatro horas e meia depois.
“A tribo Barão de Antonina fica na região de Londrina e tem quatrocentos integrantes. Os índios invadiram a Funasa porque querem que um carro do polo base lhes seja colocado à disposição, para a realização de atendimentos na área de saúde”, explica o coordenador.
Na aldeia, de acordo com Rômulo, os índios contam com dois carros. Porém, um deles está quebrado. Os integrantes da tribo querem que o mesmo seja substituído pelo veículo do polo base.
“Estamos tentando negociar com os índios que realizam a ocupação e explicar que a substituição não é possível. Porém, o carro que está quebrado já está na oficina e logo deve ser consertado. Nenhum índio ficou nem ficará desassistido em função do problema”.
O cacique da tribo Barão de Antonina, Alexandre de Almeida, também relata que a cota de medicamentos que a tribo recebia através do Projeto Rondon estourou o limite.
O cacique também reclama de um bloqueio do Cartão de Combustível, que também é cedido pela Funasa. “Não vamos sair (do polo base) até resolver os problemas”, diz.
Rômulo, no entanto, conta que o limite da cota mensal de R$ 750 mensais em medicamentos, que não fazem parte da lista de medicamentos básicos fornecidos pela Funasa, estourou coincidentemente na quarta-feira.
Quanto ao Cartão de Combustível, Rômulo conta que o sistema automatizado desse benefício, em Brasília, pode ter bloqueado automaticamente o cartão devido às informações conflitantes fornecidas pelos indígenas.