O município de São José dos Pinhais corre o risco de ficar sem coleta de lixo a partir da próxima terça-feira (21). Durante uma assembléia realizada ontem, os funcionários da Ecosystem Latin América, empresa responsável pelo serviço na cidade, votaram pelo indicativo de greve por tempo indeterminado, que começaria na terça, caso a empresa não melhore a proposta de reajuste salarial e de aquisição de novos materiais feita aos empregados.
De acordo com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco), a proposta da empresa foi colocada em votação e rejeitada por 95 dos 125 empregados da Ecosystem presentes na assembléia. ?O resultado mostra a insatisfação dos trabalhadores com o descaso e o tratamento da empresa?, afirma Manassés Oliveira, presidente do sindicato.
Ainda segundo o Siemaco, a empresa ofereceu aumento de R$ 5,00 no vale-alimentação (de R$ 180 para R$ 185) e 8,57% de reajuste salarial. Os empregados querem 10% de aumento nos salários, maior valor no vale-alimentação e renovação dos uniformes e equipamentos de proteção individual, como botas e luvas. ?Se aceitarmos esse reajuste, o piso salarial, que hoje é de R$ 363 ficaria abaixo do salário mínimo estadual, proposto para ser de R$ 437?, diz Oliveira. O sindicalista frisou que a situação seria pior pela condição de trabalho, já que os equipamentos da empresa seriam obsoletos e insuficientes.
A Siemaco informa que já aconteceram três rodadas de negociação entre sindicato e a empresa e que ainda não se chegou a um denominador comum. ?Diante do impasse, os funcionários definiram que vão cruzar os braços e paralisar a coleta e varrição da cidade de São José dos Pinhais. Se a empresa não rever seu posicionamento, a greve é inevitável. E como se trata de um serviço essencial, estamos divulgando a possibilidade de paralisação de antemão, para que a população não seja pega de surpresa?, ressalta Oliveira.
A diretoria da Ecosystem não respondeu às ligações da reportagem. Mas segundo o secretário de Meio Ambiente de São José dos Pinhais, José Tadeu Motta, nem a empresa nem a Prefeitura haviam sido comunicadas do posicionamento dos empregados até o fim da tarde de ontem. Motta afirmou que a Prefeitura não irá intermediar as negociações e que tem o direito de exigir, por força de contrato, que a empresa realize os serviços. ?Tranqüilizo a população, garantindo que mesmo que haja greve a coleta de lixo na cidade não deixará de ser realizada?, promete.