Idosos de todo o Estado fazem encontro na capital

Os avós de hoje são bem diferentes dos da geração passada. Agora eles descobriram que o tempo livre que chegou com a aposentadoria e a criação dos filhos pode ser uma das melhores fases da vida. A prova disso são os vários programas e grupos da terceira idade que surgiram por aí. Ontem, em Curitiba, começou o 7.º Encontro da Terceira Idade, promovido pela Secretaria Estadual da Criança e Assuntos da Família, e reuniu idosos de todo o Estado. Até o dia 31, eles vão participar de atividades físicas, assistir shows, fazer exames e receber orientações sobre saúde.

Uma atividade que chamou a atenção na Praça Osório foi o “Escovovódromo”. Os cerca de quinhentos vovôs que passaram por lá tiveram a oportunidade de tirar dúvidas sobre a saúde bucal. Otília do Rosário, de 74 anos, não perdeu tempo e levou uma amiga. “Estava tudo certo, eu já tinha participado de outros programas e já sigo as orientações”, explica.

A professora de odontogeriatria da Associação Brasileira de Odontologia, Fanny Jitomirski, afirma que esta faixa etária é carente de informações e medidas simples podem ajudar a melhorar a qualidade de vida. Além de aprender a escovar os dentes, ficaram sabendo da importância de escovar a língua. “Assim podem sentir melhor o gosto do alimento, do sal e do açúcar”, afirma.

Outro problema comum que acontece com idosos é o acidente com as próteses dentárias. Os idosos deixam cair no chão, como o material é delicado, acaba se quebrando. “O prejuízo é grande, ensinamos a escovar sobre a pia com água”, diz a professora.

Longevidade

Fanny conta ainda que pesquisas mostram que pessoas com a saúde bucal em dia vivem entre 7 e 11 anos a mais. Sem dentes a pessoa deixa de se alimentar corretamente e com isso pode desenvolver um quadro de anemia. Este caso é uma porta aberta para doenças mais graves. “Um simples resfriado pode virar uma pneumonia”, explica a professora. Também fizeram exames para detectar lesões que podem se tornar câncer. Estes casos foram encaminhados para tratamento.

A vida social dos idosos também sofre alteração dependendo da saúde da boca. Com ela em dia sentem-se mais animados para sair e até para namorar. Eles já são 8% da população do Estado, cerca de 750 mil pessoas. A previsão é de que em 2020 sejam de 1,5 milhão. O Encontro tem como assunto de destaque a necessidade de adaptar a estrutura pública e privada para atender a esta crescente faixa de etária. Paralelamente ao evento também estão acontecendo os 4.º Jogos de Integração do Idoso e a 2.º Feira do Envelhecimento Saudável. Além do governo do Estado, onze entidades estão colaborando com o evento.

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